PG fica sem transporte público nesta sexta-feira
Categoria decidiu aderir ao movimento de paralisação nacional contra a PEC que prevê mudanças na previdência
Publicado: 26/04/2017, 10:53
Categoria decidiu aderir ao movimento de paralisação nacional contra a PEC que prevê mudanças na previdência
O sindicato que representa motoristas, cobradores e
funcionários de empresas de transporte coletivo em Ponta Grossa, o Sintropas,
confirmou que a categoria vai aderir à greve geral prevista para a próxima sexta-feira
(28). O protesto, que já teve a participação confirmada de inúmeras categorias,
tem como foco a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016, que prevê
alterações na previdência.
“Os ônibus de todas as empresas de transporte público não
irão circular entre a 0h e as 23h59 do dia 28”, garante o presidente do
Sintropas, Luiz Alberto de Oliveira. Segundo ele, em assembleia realizada nesta
terça-feira (25), 99% da categoria aderiu à paralisação, mas não participará de
nenhum ato público. “No nosso entendimento, não é o momento de fazer
politicagem, é o momento de cumprir a paralisação geral em defesa da nossa
aposentadoria”, completa o sindicalista.
A entidade elabora um documento para informar às empresas sobre
a adesão. A Viação Campos Gerais (VCG), concessionária do transporte coletivo
em Ponta Grossa, informou que até as 10h45 não havia sido notificada sobre a
paralisação. “A legislação vigente determina que eventuais paralisações sejam
comunicadas ao empregador com antecedência de no mínimo 72 horas, e, em se
tratando de serviço essencial, sob nenhuma hipótese este pode ser completamente
paralisado, sendo obrigatória a operação de frota mínima”, destaca nota
encaminhada pela assessoria de imprensa da empresa.
A VCG destaca ainda que “qualquer movimento paradista ao
serviço essencial de transporte coletivo caracteriza-se pela ilegalidade e
dessa forma é de total responsabilidade de quem o deflagra. A VCG reforça que
todos os seus veículos estarão à disposição para operação normal e os
funcionários que aderirem à greve terão o dia descontado”.
PEC 287/2016
Entre as mudanças propostas na PEC 287 está a definição de
uma idade para a aposentadoria. No Regime Geral de Previdência, os homens
poderão se aposentar ao completar 65 anos e as mulheres, ao chegar aos 62 anos.
O projeto original previa idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.
Os trabalhadores (homens e mulheres) terão de contribuir
por, pelo menos, 25 anos para receber 70% da média dos salários. Na proposta
original, o percentual estipulado era 51%. Para receber 100% da aposentadoria a
quem tem direito, o trabalhador terá de contribuir por 40 anos, e não 49 anos
como previsto na proposta original.
O texto preliminar prevê idade mínima progressiva na
transição para as novas regras. A idade mínima prevista para as mulheres é 53
anos e vai aumentar um ano a cada dois anos até a trabalhadora chegar aos 62
anos. Para os homens, a idade mínima está prevista em 55 anos, com aumento de
um ano a cada dois anos, até alcançar 65 anos.
O pedágio (período que o trabalhador terá que cumprir para
alcançar o tempo de contribuição previsto nas regras atuais) foi reduzido de
50% para 30%. Atualmente, o tempo de contribuição é de 35 anos para homens e 30
anos para mulheres.
Com informações da Agência Brasil.