‘Leli’ afirma que terá bandeira de igualdade

Vereadora assumiu a cadeira do PROS e afirma que não terá bandeira LGBT, mas sim buscará “condições de igualdade” junto aos outros parlamentares

A vereadora Francielle Stepenovski (PROS), conhecida como ‘Leli’, assumiu nesta terça-feira (4) uma cadeira no Legislativo Municipal de Ponta Grossa. A parlamentar substituirá por 45 dias o vereador Walter José de Souza, o Valtão (PROS). ‘Leli’ é a primeira parlamentar homossexual da história a assumir a vaga na Casa de Leis, mas afirma que não irá defender uma bandeira “exclusivamente LGBT” na Câmara, mas pretende atuar com intuito de propor uma condição de igualdade com os demais parlamentares.

“Eu não preciso que os vereadores me aceitem como homossexual, eu preciso que eles me respeitem, afinal o respeito é a base de tudo e de qualquer relação humana”, comentou a parlamentar. ‘Leli’ obteve 792 votos no pleito de outubro e acabou como a terceira suplente do PROS no Legislativo Municipal. “Acredito que todos nós juntos podemos fazer mais pela cidade e por isso a minha bandeira será a da igualdade, nunca fui militante LGBT e sempre caminhei sozinha, pregando muito respeito aos outros”, contou a mais nova parlamentar.

A vereadora conseguiu uma votação expressiva já na primeira eleição. ‘Leli’ foi incentivada pelo próprio prefeito Marcelo Rangel (PPS) a ingressar na política e afirma ter conhecimento dos meandros e do funcionamento da administração pública. “Na minha campanha eu não fiz promessas, sei como funciona a administração pública e quanto é importante trabalhar junto de outros atores políticos para conseguir avanços para a cidade”, contou ‘Leli’.

O primeiro suplente do PROS era o agricultor Augusto Gruska (PROS), que obteve 1.008 votos. Gruska seria o substituto direto de Valtão, mas não deve aceitar o cargo por motivos pessoais. A vaga então ficaria com o 2º suplente, Reinaldo Santos (PROS). Santos, no entanto, possui um cargo comissionado no Poder Executivo e, segundo informações de bastidores, também não pretende ficar com a vaga temporária – ele teria que se desligar da Prefeitura para assumir a cadeira. Com isso a vaga ficou com ‘Leli’.

‘Leli’ lembra que o período de 45 dias é pequeno e rápido, mas acredita que poderá fazer um bom trabalho. “Em um primeiro momento quero me inteirar dos projetos que estão em pauta no Legislativo Municipal de Ponta Grossa para saber como me posicionar sobre essas medidas”, contou a vereadora. O PROS, partido de ‘Leli’, faz parte da base do governo de Marcelo Rangel (PPS) e a própria vereadora foi assessora do prefeito durante o primeiro mandato do alcaide no Poder Executivo.

“Quero mostrar que minha opção sexual não importa”, diz

‘Leli’ garantiu que terá um trabalho pautado pela ideia de igualdade e afirma que a “opção sexual” em nada interfere no mandato como vereadora. “Meus votos não vieram apenas de militantes da causa LGBT, acho que uma cidade deve ser administrada e pensada para todas as pessoas, por isso a ideia de igualdade é fundamental”, contou a vereadora. ‘Leli’ contou ainda que estudará a possibilidade de apresentar projetos em tempo hábil para votação no Legislativo de Ponta Grossa já que terá, inicialmente, apenas 45 dias na Casa de Leis.

Vereadora enfrenta drama pessoal

O sonho de assumir um cargo no Legislativo Municipal aconteceu em um momento em que enfrenta a vereadora um drama pessoal. ‘Leli’ perdeu na última segunda-feira (2) o avô e afirma que o momento de luto influenciou diante dos últimos acontecimentos. “A posse da cadeira de vereadora coincidiu com uma situação familiar bastante dolorosa, por isso ainda estou me recuperando e me inteirando dos assuntos debatidos no Legislativo”, afirmou a nova vereadora do PROS.