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Gravidez de menina de 11 anos vira caso de polícia em PG

A situação veio à tona depois que a mãe da garota registrou um Boletim de Ocorrência (BO)

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Daniel Petroski

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O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) de Ponta Grossa trabalha deste o início desta semana com um caso grave. Uma menina de apenas 11 anos está grávida – a gestação de dois meses é considerada de risco. A situação veio à tona depois que a mãe da garota registrou um Boletim de Ocorrência (B.O). O nome dos envolvidos será preservado pelo Jornal da Manhã, bem como a região onde moram.

Segundo a delegada responsável, Ana Paula Cunha Carvalho, a menina ainda não foi ouvida oficialmente. “A criança disse que apenas falará quem é o pai do bebê na presença do padrasto, que é caminhoneiro, e chega de viagem nesta sexta-feira”, afirmou. Somente depois dessa informação é que será dado prosseguimento as investigações. “Nós já entramos em contato com o padrasto e ele confirmou que comparecerá ao Nucria”, reforçou Ana Paula. A suspeita é de que o pai também seja um menor de idade.

Por telefone, a mãe da menina disse a equipe de reportagem que a filha passou por exames no Hospital da Criança João Vargas de Oliveira que comprovaram a gestação. Ela afirmou ainda que a filha vem mantendo a sua rotina normalmente, inclusive indo para a escola. Apesar disso, a mãe relata que garota não tem a noção exata do que está acontecendo.

Um levantamento da Secretaria de Saúde de Ponta Grossa mostra que esse caso não é isolado no município. Nos últimos sete anos a cidade contabilizou 295 nascimentos de mães com idade entre 10 e 14 anos. Já em relação a grávidas entre 15 e 19 anos esse número salta para 6.693 no mesmo período.

Estudos acerca do tema dão conta de que mãe e bebê que se encontram nessas condições estão expostos a riscos sem precedentes. Quadros de má nutrição, com carência de nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do feto; maior número de abortos espontâneos e partos prematuros com nascimento antes da 37ª semana de gestação lideram essa lista. Artigos científicos também relacionam a presença de má formações e transtornos para o feto quando a gestação ocorre em meninas menores de 15 anos.

Consequências

A gravidez precoce, além de comprometer a saúde da criança, abre caminho para uma série de consequências. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram, por exemplo, que do total de 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem ensino médio concluído, 610 mil são mulheres. Entre elas, 35%, o equivalente a 212 mil, já eram mães nessa faixa etária. Apenas 2% das adolescentes que engravidaram deram sequência aos estudos.

PR tem 23 mil casos semelhantes

Dados preliminares da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que somente no ano passado 23.802 gestantes entre 10 e 19 anos deram à luz no Paraná. O levantamento inclui apenas os nascidos vivos, não contemplando, por exemplo, os abortos. Isso leva a crer que esse número possa ser ainda maior. Pelo mundo, uma em cada cinco mulheres já tem um filho antes dos 18 anos e a cada ano nascem 16 milhões de crianças filhas de mães adolescentes.

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