Cadeião superlotado vive oito horas de tensão e horror | aRede
PUBLICIDADE

Cadeião superlotado vive oito horas de tensão e horror

VÍDEO
| Autor: Afonso Verner

Afonso Verner

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

Desde às 10h30 de hoje (16/04), a Cadeia Pública Hildebrando de Souza viveu momentos de terror e tensão. Abrigando 617 pessoas em um local planejado para 208 detentos, o presídio foi palco de um motim que começou na ala da triagem e chegou até as alas 3 e 4 da cadeia. Um agente penitenciário foi feito refém pelos presos que só se entregaram às 18h30.

O agente penitenciário Luciano Bahnert foi feito refém quando entregava marmitas para os presos da triagem - Luciano estava acompanhado por um policial militar durante o procedimento. Depois que o agente foi feito refém a situação ficou tensa da cadeia: os detentos da triagem e das galerias 3 e 4 se recusaram a receber o almoço e a água e a luz dos locais foram cortadas.

Negociação

Com o agente feito refém, os presos começaram a negociar com as autoridades. A partir desse momento um forte contingente policial já cercava o Presídio e isolava a área - viaturas do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal também ajudaram na operação.

Os presos pediram melhores condições dentro da cadeia, além de exigirem um mutirão judicial para apressar o andamento de alguns processos - segundo os presos, algumas pessoas já teriam cumprido a pena ou sido condenadas e, mesmo assim, continuariam detidas no Hildebrando.

Tensão crescia do lado de fora

Enquanto as negociações entre os presos e a polícia engatinhavam do lado de dentro da cadeia, a tensão dos familiares crescia cada vez mais do lado de fora do Hildebrando. Aproximadamente 100 pessoas aguardavam informações do lado de fora da cadeia - em alguns momentos os ânimos se exaltaram entre os familiares dos detentos e as autoridades de segurança que cercavam a área.

Depois de descumprirem a promessa de entregar o refém, os amotinados que estavam na triagem ainda exigiram contato com uma facção criminosa de Curitiba - a exigência foi negada pela Polícia e a entrada do Pelotão de Choque foi anunciada pelas autoridades.

Reforço do Pelotão de Choque aumenta angústia

Em meio a muita gritaria e choro, mais quatro viaturas e um ônibus do Pelotão de Choque da Polícia Militar chegaram até a cadeia. Como, de acordo com a Polícia, os presos não haviam cumprido as promessas feitas, o Choque iria invadir o presídio.

Quebra de galerias e medo de violência

Com as negociações empacadas entre a Polícia e os amotinados, os presos abriram um buraco entre as galerias 3 e 4 do Presídio - segundo a Polícia Militar também houve a tentativa dos detentos de chegar até a triagem da cadeia. A preocupação dos policiais era não deixar que isso acontecesse, já que poderia acontecer um confronto entre os próprios presos.

A partir desse momento a Cavalaria da Polícia Militar também chegou até o presídio para participar do procedimento de invasão do local.

Choque decide invadir e presos se rendem

O Pelotão de Choque decidiu invadir a cadeia e, antes da ação dos policias começar, os detentos amotinados resolveram se entregar de maneira pacífica. Depois de mais de oito horas de tensão e muita negociação, o refém foi liberado ileso e a Polícia Militar começou o procedimento padrão de inspeção e segurança no presídio - ação popularmente conhecida como 'bate grade'.

Explicações e questionamentos dos familiares

Depois que a rendição foi oficializada, o diretor do presídio, Bruno Propst, foi até os familiares para passar algumas informações sobre a situação do presídio. "Nossa intenção é normalizar a situação do presídio o mais rápido o possível, mas a prioridade é a operação bate grade da Polícia Militar", explicou Bruno.

O diretor foi alvo de muitas perguntas feitas pelos familiares sobre a situação da alimentação dentro da cadeia e sobre possíveis abusos dos agentes penitenciários. Bruno salientou que o motim foi um problema isolado que começou na triagem e influenciou nas alas 3 e 4, sem se espalhar para as outras área da cadeia.

Visão aérea 

Durante o final da tarde, um monomotor sobrevoou a cadeia diversas vezes. No avião estava o publicitário Renato Borges que fez várias imagens aéreas da movimentação das autoridades policiais em torno e dentro da cadeia.

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE