Bancada Cristã quer transformar Arena em Centro Ecumênico

A Arena Poliesportiva de Ponta Grossa pode ser transformada em um Centro Ecumênico cristão. A proposta foi feita pelos vereadores Pastor Ezequiel (PRB) e Adélia (PSD) e já foi aprovada em primeira discussão na Câmara. A medida ainda não tem data para ser votada pela segunda vez, mas já causa polêmica nos bastidores.

Os defensores da proposta argumentam que a Arena está parada e, de uma forma ou de outra, tem que ter alguma destinação. "Nós não temos um espaço para esse tipo de uso em Ponta Grossa e já que Arena foi feita de maneira errada, já que ignora vários padrões de tamanho de quadro e etc, o local poderia se tornar, perfeitamente, um centro ecumênico", contou o vereador Pastor Ezequiel.

A obra da Arena custou cerca de R$ 8,8 milhões e a obra segue se arrastando há anos, sem ser inaugurada - o portal aRede já denunciou o uso do local para abrigo de andarilhos e a depredação da estrutura. Para o presidente da Câmara, Aliel Machado (PCdoB), o projeto fere o "direito dos cidadãos", já que o Estado é laico e o projeto daria cunho religioso a um prédio público. "A Arena é um prédio público e torná-lo exclusivo para questões religiosas me faz ser contra o projeto. Assim nós cercearíamos o uso da Arena Poliesportiva da cidade", argumentou Aliel.

Piscina para batismo

O quinto parágrafo do artigo 2º do projeto 164/2013 prevê que a piscina construída na Arena seja transformada em um batistério. O mesmo texto também prevê que o local seja destinado a "cerimônias religiosas e batismos das diversas igrejas cristãs que delem quiserem fazer uso".

Veto derrubado

O projeto teve um parecer negativo da comissão de Legislação, Justiça e Redação da Câmara - o veto chegou a recorrer ao Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) que também viu a proposta como inconstitucional. O veto acabou derrubado pelos vereadores da Casa e a proposta deve ser discutida pela segunda vez na Câmara nos próximos dias.

Münchenfest, Festa da Uva e Efapi

A mesma bancada cristã também apresentou (e aprovou em primeira discussão) um projeto que proíbe o município de Ponta Grossa a dar apoio logístico, estrutural e financeiro a eventos que comercializem bebidas alcoólicas. A proposta colocaria em risco a realização de festas como a Münchenfest, Festa da Uva e a Efapi.

A votação do projeto ficou empatada e o voto de minerva veio do presidente, Aliel Machado. O vereador já adiantou que deve apresentar uma emenda que não prejudique outras festas na cidade, como a Festa da Uva e a Efapi. "Eu sou a favor da terceirização da festa, mas o município tem que poder ceder o Centro de Eventos", contou.

Bancada quer que segurança pública seja privilégio de religiosos

Enquanto o fim do apoio logístico à Münchenfest pode deixar os frequentadores da festa desprovidos da segurança da Guarda Municipal e mesmo da Polícia Militar, a Bancada Evangélica prevê  atenção especial do Poder Público na segurança de templos religiosos.

Tramita no Legislativo um projeto que exige que a segurança pública seja um privilégio dos templos. De autoria do líder da bancada, vereador Pastor Ezequiel (PRB), o projeto de lei 340/13 “estabelece a área no entorno dos Templos Religiosos como espaço prioritário de segurança do Poder Público Municipal”. A iniciativa ainda aguarda parecer das comissões da Casa e, caso seja aprovado pelas mesmas, promete polêmica no plenário.

CPI das Obras

A Arena Poliesportiva de Ponta Grossa já foi alvo de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal. A CPI foi prorrogada por mais 90 dias e investiga a situação de várias obras públicas da cidade, inclusive a Arena. A Câmara também aprovou a criação de um Conselho de Obras Públicas - que deve discutir os investimentos do município junto com a comunidade.

Com informações do Jornal da Manhã.