Carambeí deve montar grupo para discutir redução da Escarpa Devoniana
Lideranças se reuniram para discutir projeto polêmico que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná
Publicado: 29/08/2017, 19:01
O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Carambeí reuniu seus membros para discutir o Projeto de Lei 527/2016, que pretende reduzir a Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana e dos Campos Gerais, nesta terça-feira (29).
Participaram do encontro representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Carambeí, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), dos produtores rurais e cooperativas e do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), além do deputado Péricles de Holleben Mello.
Segundo o presidente do Conselho, Carlos Roberto de Macedo, conhecido como Tau, um grupo deve ser criado para ampliar o debate sobre o assunto. “O encontro de hoje abriu algumas frentes e pretendemos reunir os produtores das cooperativas, ambientalistas, deputados e outras pessoas que têm interesses na área. Vamos montar um grupo, porque acredito que através do diálogo vamos entrar em consenso”, disse.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Jean Cesar Andrusko a sociedade deve ser ouvida. “A reunião conseguiu reunir interessados de todos os lados da questão. Isso precisa acontecer mais vezes, pois a impressão que se tem é que todos estão isolados em seus pontos de vista. Queremos ouvir o coletivo da sociedade”, afirmou.
O professor do Departamento de Geociências da UEPG, doutor Gilson Burigo Guimarães, expôs as contradições do Projeto e incentivou os participantes a um debate aberto sobre as questões da APA. “Essa unidade de conservação, a APA da Escarpa, não impede a produção. É preciso compreender que a Escarpa e os Campos Gerais têm valor, mas não apenas monetário”, disse.
Para Péricles de Mello, o debate está avançando para um entendimento. “A conversa hoje em Carambeí foi muito boa, com representantes do agronegócio e das cooperativas conversando e contribuindo para a solução dos problemas. Tenho certeza que é possível um diálogo em que todos vão sair satisfeitos, cada lado cedendo um pouco, entrando em consenso”, avalia o deputado.