Clube de Leitura completa um ano em PG

Ao mesmo tempo passatempo e atividade cultural, um clube de leitura completa um ano de atividades em Ponta Grossa nesse sábado (29) na Verbo Livraria da Vicente Machado, a partir das 14 horas. O livro da vez trata do narcotráfico no Rio de Janeiro a partir da biografia de Nem da Rocinha. Lançado em 2016, “Dono do Morro” foi escrito pelo jornalista britânico Misha Glenny.

Fenômeno cultural em capitais brasileiras, os clubes de leitura reúnem cada vez mais adeptos. Em Ponta Grossa, os leitores se encontram mensalmente para conversar sobre livros diversificados, que variam desde uma biografia de Carmen Miranda a relatos de sobreviventes de Hiroshima. Ponta Grossa talvez tenha o único clube do país especializado em livros de não-ficção.

O bancário Fernando Augusto Florenzano participa desde o terceiro encontro porque gosta de trocar ideias com outros participantes. “O clube estimula um acréscimo de conhecimento ou até mesmo um reposicionamento, o que leva a um enriquecimento mútuo. O que não ocorre na leitura isolada”, compara Florenzano.

A turismóloga Andressa Derbis sempre gostou de ler, mas afirma que nunca havia desenvolvido muita disciplina quando lia apenas por prazer. “Eu poderia ler um livro em dois dias, ou três semanas, ou até meses. E nesse ponto o clube foi muito importante para minha organização pessoal”, observa a leitora que participa das reuniões desde a primeira roda de conversa.

“A leitura precisa ser vivenciada e um clube de leitura demonstra que não basta ter um livro, mas que é precizo trazê-lo para as nossas conversas, para nosso cotidiano, para uma tarde de sábado”, declara o jornalista e professor da UEPG Ben-Hur Demeneck, mediador do Clube de Leitura Companhia das Letras em Ponta Grossa.

O brasileiro lê ao ano uma média 2,43 livros inteiros, segundo dados de 2015 divulgados pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Ou seja, o simples fato de os leitores se organizarem para encontros mensais, eles conseguem atingir essa média em apenas três encontros mesmo que não leiam outros livros. Se fequentarem por um ano, eles ultrapassam em quatro vezes a média nacional.