PONTA GROSSA
Alunos fazem homenagem a moradores da Colônia Sutil
Escola Municipal Deodoro Alves Quintiliano, no Cará-Cará, visitou colônias russas e a comunidade Sutil, na zona rural, para promover intercâmbio cultural entre os alunos
Da Redação | 24 de novembro de 2018 - 13:32
Escola Municipal
Deodoro Alves Quintiliano, no Cará-Cará, visitou colônias russas e a comunidade
Sutil, na zona rural, para promover intercâmbio cultural entre os alunos
Os 150 alunos da Escola Municipal Deodoro Alves Quintiliano,
no Cará-Cará, que moram na zona urbana, tiveram uma aula especial nesta sexta
(23). Como atividade final de uma semana cheia de estudos sobre a cultura afro,
eles conheceram a comunidade quilombola da Colônia Sutil, na zona rural de
Ponta Grossa, onde moram mais de 30 colegas da escola. O objetivo foi realizar
um intercâmbio cultural, conhecendo a localidade onde os amigos moram,
valorizando a cultura dos quilombolas e mostrando o respeito da escola.
Atualmente, as crianças da Colônia Sutil – onde moram
descendentes de pessoas que foram escravizadas em um passado que ainda mostra
suas marcas – e outras seis crianças moradoras das colônias russas da região,
estudam na escola municipal da zona urbana, junto com as outras 150 crianças.
Diariamente os alunos das colônias dividem o ônibus do transporte escolar na
ida e volta da escola, pela manhã e pela tarde. A visita também contemplou
passeio de ônibus pelas colônias russas.
O objetivo do intercâmbio cultural foi fortalecer os laços
entre todos os estudantes, segundo a diretora Giovane Antoniacomi. “Nós
queríamos que as crianças tivessem uma ideia melhor sobre onde os colegas
moram, como vivem e o que fazem nas comunidades. Mostrar a eles o tempo de deslocamento,
a distância da escola, fortalecendo laços culturais e entendendo uma série de
questões que envolvem a vida das outras crianças, entendendo melhor esse
contexto das comunidades”, explica a diretora.
Durante a visita, os alunos mostraram trabalhos, danças e
músicas que aprenderam, com referências à cultura africana. Eles também
acompanharam uma contação de histórias que remete aos ancestrais dos
quilombolas, jogaram capoeira e homenagearam os moradores. A presidente da
Associação Quilombola, Neivair de Jesus Gonçalves, que representa 224 pessoas
de 46 famílias, considerou que a visita favorece a amizade entre as crianças.
“É muito importante para nós sabermos que hoje somos uma comunidade
reconhecida, é muito bom ver o pessoal vindo aqui. A escola é muito importante
para as nossas crianças”, disse Neivair.
Os alunos Ana Maria de Matos e Erick Fábio Marcondes
Teixeira gostaram da experiência de conhecer melhor a casa dos colegas. “Eu
pensava que era um lugar com um monte de mato, que não era cortado e que tinha
um monte de bichinhos. Agora eu vi que é um lugar super legal e que dá para
fazer um monte de atividades ao ar livre”, disse Ana Maria. Erick também não
encontrou o lugar que imaginava. “Achava que fosse um terreno abandonado, mas
agora que eu conheci, foi uma experiência muito boa. Eu vi muitas pessoas
diferentes, com variedades. É um lugar lindo, dá para brincar ao ar livre e é
uma experiência muito boa. Tem um gramado grande, muitas casas e é um lugar
muito bom para se viver”, conta o menino.
A aluna Yasmim Vitória de Jesus Ferreira, que tem 10 anos e
mora na Colônia Sutil, gostou muito de receber os colegas. “Aqui não tem o
movimento da cidade, a gente pode brincar quando quiser, na rua, e tem muitas
crianças. Nós brincamos livres, não tem o perigo da cidade. Nesta semana
trabalhamos muito sobre os afrodescendentes. Acho legal eles virem, eu e minha
avó ficamos muito felizes porque as pessoas estão vindo aqui, mostrando que se
importam. Com quase duzentas crianças estudando sobre os negros”, disse ela.
A professora Suzana Chibilski, que idealizou as atividades, a visita consolida o conhecimento sobre a diversidade cultural. “O tema diversidade está em nosso currículo. Nosso objetivo é dar ênfase a esta questão. É preciso conhecer as culturas e, quando possível, vivenciá-las. Como nós temos alunos que são moradores, sempre se tinha notícias sobre o local, com é avida aqui e como são as pessoas. Conhecendo a comunidade, eles podem transformar as histórias em vivência”, conta a professora.
Informações Assessoria
de Imprensa.