Política
Câmara rejeita ‘acesso livre’ de vereadores em prédios públicos
Com sete votos contrários, proposta não atingiu maioria absoluta dos membros da Casa. Medida buscava facilitar fiscalização, mas gerou dúvidas sobre inconstitucionalidade.
Da Redação | 07 de março de 2019 - 01:45
Com sete votos
contrários, proposta não atingiu maioria absoluta dos membros da Casa. Medida buscava
facilitar fiscalização, mas gerou dúvidas sobre inconstitucionalidade.
O plenário da Câmara de Ponta Grossa rejeitou nesta
segunda-feira (6) a proposta de emenda à Lei Orgânica Municipal nº 01/2018, que
pretendia conceder uma espécie de ‘livre acesso’ aos vereadores em repartições
públicas municipais. O projeto, de autoria do vereador Jorge da Farmácia (PDT),
recebeu 14 votos favoráveis e 7 contrários, sendo rejeitado por não conseguir
maioria absoluta da Casa – dois terços dos vereadores (16 votos).
Caso fosse aprovada, a sugestão garantiria que os vereadores
pudessem examinar procedimentos, processos, documentos e arquivos referentes à
“concessão, convênio, permissão ou autorização efetiva pelo Poder Público
Municipal, ou ainda vínculo mantido pelas entidades que lhes permitam perceber
recursos públicos do Município, podendo requisitar cópia e requerer informações
a respeito dos mesmos”, conforme descrito na justificativa do texto.
A proposta tramitava na Câmara desde julho de 2018 e recebeu
parecer favorável da comissão especial criada para analisá-la, presidida por
Rudolf Polaco (PPS) e que teve o vereador Geraldo Stocco (Rede) como relator. O
despacho da comissão aconteceu em agosto do ano passado. No entanto, durante a
sessão, Stocco afirmou que releu o projeto e encontrou propostas semelhantes
que foram parar na Justiça por conta da inconstitucionalidade. O vereador
alegou que já existe uma lei, em nível federal, que permita o ‘trânsito’ entre
as repartições públicas, não sendo necessário legislar sobre o tema. Na sequência,
o relator orientou pela rejeição – mesmo com o documento apontando para a
admissibilidade.
O tema gerou amplo debate durante a sessão. Alguns
vereadores afirmaram que a medida regulamentaria a prática em Ponta Grossa,
dando mais respaldo ao trabalho dos membros da Câmara de fiscalizar as ações do
Executivo. No entanto, a votação favorável não foi suficiente para aprovar o
projeto.
Além Jorge da Farmácia (PDT), a sugestão foi assinada por
outros dez vereadores: Dr. Zeca (PPS), Rogério Mioduski (PPS), Valtão (PP),
Ricardo Zampieri (PSL), Paulo Balansin (Pode), Daniel Milla (PV), Divo Pereira
(PSC), Florenal Silva (Pode), Vinícius Camargo (PMB) e Mingo Menezes (DEM).