Política
Sandro Alex quer perda ‘automática’ do mandato de políticos condenados
Membro do Conselho de Ética, Sandro acredita que cassação do mandato deveria acontecer de forma automática nestes casos
Afonso Verner | 19 de julho de 2018 - 06:40
Membro do Conselho de
Ética, Sandro acredita que cassação do mandato deveria acontecer de forma
automática nestes casos
O deputado federal Sandro Alex (PSD) quer que políticos
condenados criminalmente tenham o mandato automaticamente cassado. A proposta
do deputado foi motivada pelas diversas discussões do Conselho de Ética da
Câmara Federal em que se avaliava a cassação do mandato de políticos, muitas
vezes que já estavam (ou estão) presos. O projeto de resolução interna será
apresentado de forma autônoma pelo parlamentar.
O texto prevê que o mandato eletivo do parlamentar seja
cassado em casos criminais a penas de mais de 120 dias em regime fechado. Com
isso, caberia a Mesa Executiva da Câmara encerrar o mandato do parlamentar de
forma automática, sem determinar julgamento ou avaliação por parte do Conselho
de Ética. A proposta de Sandro também engloba casos em que a condenação
determinar prisão em regime semiabeto
Na visão de Sandro, a proposta de regulamentação torna mais
clara uma previsão que já compõe a Constituição Federal (CF). “Penso que o
político que já tem foro privilegiado deve ser cassado em caso de decisão em
trânsito em julgado que determine reclusão por mais de 120 dias”, contou o
deputado do PSD fazendo referência ao fato dos políticos serem julgados apenas
pelas cortes superiores.
Na prática, caso a proposta de mudança na resolução de
Sandro seja acatada, a decisão de cassar ou não o mandato de um político sairia
das mãos dos deputados e essa medida aconteceria de forma automática. Na
justificativa do projeto, Sandro argumenta que com penas superiores a mais de
120 dias os parlamentares condenados perderiam o mandato pelo número excessivo
de faltas, superando o 1/3 permitido.
Representações
Durante a última semana, representações contra dois
parlamentares – Celso Jacob (MDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) – foram
arquivadas pelo Conselho de Ética. Até o final do ano, outros casos ainda podem
ser analisados pelo colegiado, incluindo o processo disciplinar instaurado
contra um parlamentar da bancada do Paraná, Nelson Meurer (PP), condenado pelos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.