Política
‘Reforço’ no caixa da CPS gera polêmica na Câmara de PG
Por mais de uma hora vereadores debateram o tema. Pedido de vistas de Celso Cieslak (PRTB) iniciou o debate
Afonso Verner | 24 de abril de 2018 - 06:10
Os vereadores da Câmara Municipal (CMPG) se envolveram em um
polêmico debate que tem como pivô a integralização de mais de R$ 5 milhões no
caixa da CPS (Companhia Pontagrossense de Serviços). A empresa que tem capital
misto é responsável por obras de pavimentação no município e a polêmica foi
iniciada com um pedido de vistas apresentado pelo vereador Celso Cieslak (PRTB)
durante a sessão desta segunda-feira (23).
O ‘reforço’ no caixa da CPS está previsto no projeto de lei
(PL) 12/2018 de autoria do Executivo. Na prática, a integralização de capital é
usada para que a CPS possa financiar pavimentações que são comercializadas “a
baixo custo” com os moradores da cidade. Celso questionou o projeto. “Acho essa
integralização um absurdo, caso estejam cerceando um pedido de vistas, é um
outro absurdo”, disparou Celso. O pedido de vistas foi rejeitado com 17 votos
contrários em votação.
O vereador foi prontamente respondido, por membros da base
governista e também da oposição – até o presidente do Legislativo, Sebastião
Mainardes (DEM), se envolveu no embate que se tomou boa parte da sessão. O
primeiro a questionar as colocações de Celso foi o vereador Eduardo Kalinoski
(PSDB). “A CPS trabalha com um plano comunitário, é necessário integrar o
capital para conseguir realizar as obras”, disse.
Questionado, Celso chegou a dizer que a CPS deveria ser “totalmente
privatizada”. “Quem fiscaliza a CPS? Todo ano integralizamos capital e pra onde
vai esse dinheiro?”, alfinetou o vereador do PRTB. Kalinoski voltou a se
envolver na discussão e criticou. “Quer saber onde está o dinheiro? Está no
asfalto dos bairros, está no maquinário, na folha de pagamento. A CPS é pública”,
disparou Eduardo.
Kalinoski alertou apenas ser contra o caráter “de banco” que
a CPS tem adotado. “A Companhia tem funcionado mais como um órgão financiador
do que executor. Acho que deveria ser o contrário. O diferencial da CPS é
conseguir financiar em longas parcelas e contribuir com a população mais
humilde. Que empresa da cidade parcela o asfalto em 48 ou 60 vezes?”, alertou
Eduardo.
Quem também debateu a integralização foi Sebastião Mainardes
(DEM). Conhecido pelo tom conciliador, Mainardes foi enfático. “Mais de 99% do
capital da CPS é público e para funcionar é preciso integralizar o capital, se
não a pavimentação não anda. Se o vereador [Celso] tem alguma denúncia que
apresente, mas não podemos travar todo processo por conta desse tipo de
argumento”, disse o presidente.
Pietro e Celso trocam
farpas
O projeto de lei que trata do tema acabou aprovado e apenas
Celso Cieslak (PRTB) votou contra o PL. Ele e Pietro Arnaud (REDE) trocaram
farpas durante o debate sobre a integralização – a discussão esquentou depois
que Pietro disse que “não seria mais favorável as vistas” propostas por Celso –
o parlamentar do PRTB apresenta com frequência pedidos de vistas. “Uma criança
sabe o que é integralização e o senhor segue apresentando denúncias sem consistência
alguma”, disparou Pietro.
Celso respondeu e criticou a postura do vereador do grupo
oposicionista. “Eu tinha o senhor [Pietro] como vereador fiscalizador. Mas
nesses 15 meses de mandato, o que o senhor fiscalizou?”, criticou Cieslak.
Pietro ainda rebateu questionando os métodos de fiscalização do vereador do
PRTB no que diz respeito a doação de terrenos. “Eu não converso com empresário,
fiscalizo de outra forma”, disse Pietro.