Política
Contribuintes têm cinco dias para renegociar dívidas com a Prefeitura
PRT oferece descontos de até 90% de juros até a próxima sexta-feira (22). Município amarga inadimplência de 50%
Afonso Verner | 16 de dezembro de 2017 - 06:00
O Programa de Regularização Tributária (PRT) da Prefeitura
de Ponta Grossa oferece, até a próxima sexta-feira (22), desconto de até 90% em
juros e moras para os contribuintes endividados com o município. Durante a
tarde desta sexta (15), o procurador geral do Município, Marcus Vinícius
Freitas, e o secretário de Gestão Financeira, Claudio Grokoviski, visitaram a
redação do Jornal da Manhã e do
portal aRede para dar detalhes do
resultado do programa até o momento.
O PRT foi lançado como ‘opção’ para que grandes devedores
pudessem renegociar dívidas com a Prefeitura em até 120 meses – a promessa é de
que o Executivo não lance novos programas de refinanciamento durante o mandato
do prefeito Marcelo Rangel (PPS) que termina em dezembro de 2020. Até o
momento, o PRT renegociou o pagamento de R$ 23 milhões que estavam inscritos em
dívida ativa do total de R$ 240 milhões negociáveis – outros R$ 5 milhões já
foram pagos à vista como entrada prevista no PRT.
Além disso, o Programa também contou com a adesão de seis
das dez empresas consideradas as maiores devedoras do município. “Só a
renegociação dos valores com esses empresário resultou em um valor de R$ 11
milhões”, explicou Claudio. Já o procurador-geral lembrou que o PRT representa
uma renda para o município nas próximas décadas. “Os valores renegociados
poderão ser pagos até 2027, sete anos após o final desta gestão”, explicou
Marcus Vinícius.
O PRT faz parte das ações pautadas pela chamada ‘Justiça
Fiscal’, aposta do Governo no segundo mandato de Rangel. Marcus lembra que o
princípio de isonomia deve nortear as ações do governo, no campo jurídico e
fiscal. “O que fizemos para aumentar os recursos do município foi apenas cobrar
o que era devido, vamos profissionalizar ainda mais a cobrança desses débitos
nos próximos anos”, expôs o procurador.
Desde que assumiu a PGM, Marcus implementou o protesto como
mecanismo de cobrança dos devedores, mas ressaltou a importância de também
ofertar ferramentas para que as dívidas fossem renegociadas. “O Estado não deve
apenas cobrar o que é devido, mas também oferecer formas para que o cidadão e
empresário pague o débito de forma adequada, levando em conta o cenário
econômico atual”, contou o procurador.
O secretário de gestão financeira defende que a renegociação
também contribuirá para o incremento da receita do município já nos próximos
meses. “Em janeiro e fevereiro do próximo ano, vamos começar a sentir os
resultados do Programa no caixa, acredito que será um aporte importante para
que o município também equilibre suas necessidades financeiras”, esclareceu
Claudio.
Município amarga
inadimplência de 50%
Dados apresentados pelo procurador geral da Prefeitura mostram
que o nível de inadimplência na Prefeitura segue crescendo nos últimos –
atualmente a estimativa é de que a inadimplência atinja 50% dos munícipes. “Diante
da crise econômica, as pessoas foram escolhendo prioridades de pagamento e a
Prefeitura não era uma delas, com isso nossa inadimplência disparou”, explicou
Marcus. O procurador defendeu ainda o uso de meios legais para “cobrar o que é
devido”, aumentando o orçamento do município sem, contudo, ampliar a alíquota
de impostos aplicada na cidade.
Importância do fim da
série de gratuidades
Já Claudio Grokoviski ressaltou a importância do fim de uma
série de gratuidades e descontos implementados em Ponta Grossa. O secretário
citou como exemplo a lei complementar que prevê o fim das isenções e reduções de
ISS (Imposto sobre serviço de qualquer natureza), além da revisão de uma série
de gratuidades que também trazem impactos ao orçamento. “Em muitos casos, temos
algumas situações que preveem isenções de taxas e impostos, isenções essas que
acabam sendo pagas pelos cidadãos”, argumentou o secretário de Gestão
Financeira.