Política
Péricles dirige audiência pública na UEPG
Evento discutiu impasse nas universidades paranaenses e lotou o Grande Auditório da Instituição
Da Redação | 20 de setembro de 2017 - 06:30
O Grande Auditório da Universidade Estadual de Ponta Grossa
(UEPG) ficou lotado na Audiência Pública promovida pela Frente Parlamentar em
Defesa das Universidades Públicas do Paraná com o apoio do sindicatos de
professores e técnicos, Sinduepg e Sintespo, na terça-feira à noite. Também
participaram representantes dos movimentos estudantis, a presidente da União
Paranaense dos Estudantes (UPE), Izabela Marinho, e o diretor da União
Paranaense dos Estudantes Secundaristas, Luís Henrique Mendonça.
O deputado estadual Péricles de Holleben Mello (PT) dirigiu
a Audiência juntamente com Rosângela Petuba, presidenta do Seção Sindical dos
Docentes da UEPG. “Há um retrocesso conservador profundo no Brasil e governo do
Paraná tem sido ponta de lança em várias frentes. Não só ao prejudicar os
servidores públicos com arrocho salarial, traindo a legislação já consolidada e
negando reajuste aos professores, como atacando o fundo previdenciário dos
servidores”, disse o deputado.
Um dos pontos principais que têm levado professores e
técnicos de todas as universidades estaduais do Paraná a se mobilizarem é a
transformação do Tempo Integral de Dedicação Exclusiva em gratificação, não o
reconhecendo como regime de Trabalho. “No Paraná, esse contexto se dá no ataque
às universidades estaduais, principalmente em relação ao TIDE, pois ao
transformar o TIDE em gratificação, desconstrói o conceito de Universidade
Pública, que inclui, além do ensino, a pesquisa e a extensão”, disse Péricles.
A professora Rosangela Petuba destacou ainda a recomendação
do Tribunal de Contas do Estado em relação a esse tema. “O que nos deixa mais
tristes é que o Acórdão doTCE diz, textualmente, que o TIDE dos Professores
pode ser considerado uma verba de gratificação, pois não é regime de trabalho
porque na vida de um professor universitário a pesquisa e a extensão são
atividades ocasionais. No entanto, essas ‘atividades ocasionais’ trouxeram
recursos na ordem de 49% do custo da UEPG em 2016”.
O reitor da UEPG, Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, pediu
também a atenção dos deputados estaduais presentes na Audiência para o
Orçamento para o ano de 2018, alertando que há muito tempo os recursos
destinados para as universidades não são suficientes para cobrir todas as
despesas.
Durante a audiência, a professora e pesquisadora dra.
Augusta Pelinski Rahier, do Departamento de Economia da UEPG, palestrou sobre o
livro “As universidades estaduais e o desenvolvimento regional no Paraná”,
publicado recentemente. A obra é resultado de uma investigação conjunta de
pesquisadores da UEPG, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná
(UNICENTRO), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE).
Segundo a organizadora, comprovou-se que quanto maior o
investimento realizado nas universidades estaduais, maior tende a ser a
especialização produtiva nas indústrias mais intensivas em tecnologia. “Existe
uma maior tendência de as atividades produtivas das indústrias intensivas em
tecnologia se desenvolverem nos municípios que são sede das universidades do
que naqueles que não têm instituições de ensino superior.”
Para a professora, esses e outros resultados apresentados no
livro evidenciam a importância que as universidades apresentam para o dinamismo
econômico e social do Paraná.