Política
ONG quer impugnar licitação do lixo em PG
Pedido de impugnação foi apresentado pela ONG Planeta Azul. Licitação está marcada para o próximo dia 20 de setembro
Afonso Verner | 19 de setembro de 2017 - 06:20
A ONG ‘Planeta Azul’ protocolou nesta segunda-feira (18) um
pedido de impugnação contra a concorrência 05/2017, marcada para a próxima
quarta-feira (20). A licitação tem como objetivo a escolha de um novo aterro
sanitário para receber os resíduos sólidos produzidos em Ponta Grossa e o
consequente fechamento do aterro sanitário do Botuquara. A ONG é presidida pelo
agricultor Edilson Gorte, membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Gorte explica que o questionamento se baseia em dois
aspectos. O primeiro deles seria uma suposta contradição com a legislação
municipal já que a lei 12.407 prevê que a destinação de resíduos seja feita
para um local com uso de tecnologia térmica, ou seja, uma usina de lixo – a
licitação prevê a escolha de um aterro sanitário e não de uma usina, com isso o
Executivo teria que alterar a lei para seguir com a licitação. O segundo
aspecto questionado pela ONG é o transporte do resíduo sólido até o novo aterro.
Na visão de Gorte, presidente da ONG, a licitação não leva
em conta o transporte do lixo produzido em Ponta Grossa – com o fechamento do
Botuquara, apenas aterros sanitários em Curitiba e Piraí do Sul estariam aptos
a receberem os resíduos sólidos produzidos em Ponta Grossa. “Queremos saber
como funcionará o custo extra do transporte, o contrato com a Ponta Grossa
Ambiental [PGA] prevê o transporte até o Botuquara, apenas isso”, explicou o
ambientalista.
A presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente
(Comdema), Caroline Schoenberger, já havia demonstrado preocupação com o
transporte dos resíduos. Segundo a advogada, o questionamento do Conselho diz respeito
ao valor gasto para levar o lixo de Ponta Grossa a outro município. “Pelo que
conseguimos calcular, o município deve gastar ao menos R$ 1 milhão a mais
apenas para o transporte dos resíduos para outra cidade”, garantiu a
presidente.
Caso a previsão do Comdema se concretize e a atual licitação
seja mantida, Ponta Grossa deverá gastar ao menos R$ 20 milhões com a
destinação do lixo e o novo aterro sanitário. “Acredito que isso vai acabar
pesando no bolso da população, devemos estar atentos à questão ambiental e
financeira, devemos buscar equalizar esses interesses”, explicou Caroline.
Prefeitura acredita
que gasto deve se manter
Via assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente (SMMA) informou que a expectativa é que os gastos com o setor se
mantenham. Em 2016, por exemplo, foram gastos R$ 32 milhões na gestão dos
resíduos sólidos urbanos – o valor inclui desde a coleta do lixo, coleta dos
resíduos recicláveis, equipes de limpeza urbana, operação do aterro, varrição,
entre ouras funções operacionais realizadas. “A estimativa é de que os valores
se mantenham, até porque a Prefeitura está estudando ações para reduzir o custo
dos serviços como, por exemplo, a readequação do plano técnico operacional e,
com isso, priorizar a coleta seletiva”, afirmou a SMMA em nota.
Trâmite
O pedido de impugnação foi protocolado no Departamento de Compra
(DECOM) da Prefeitura e irá ser analisado pelo setor jurídico do município. Via
assessoria de imprensa, o secretário de Meio Ambiente, Paulo Barros, informou
que ainda não foi notificado oficialmente do questionamento da ONG e irá se
manifestar após a notificação – a licitação marcada para a próxima quarta-feira
(20) prevê um investimento total de R$ 8,4 milhões para o novo aterro
sanitário.