Política
Rangel destaca ‘mês decisivo’ para solução de questões históricas em PG
Chefe do Poder Executivo participou de uma entrevista transmitida ao vivo nas redes sociais e ressaltou que o mês de setembro “será decisivo para a cidade superar problemas históricos”
Afonso Verner | 15 de setembro de 2017 - 03:38
Na véspera do aniversário de 194 anos de emancipação
política de Ponta Grossa, o prefeito Marcelo Rangel (PPS) visitou a redação do Jornal da Manhã e do portal aRede para discutir o futuro da cidade.
O chefe do Poder Executivo participou de uma entrevista transmitida ao vivo nas
redes sociais e ressaltou que o mês de setembro “será decisivo para a cidade
superar problemas históricos”, fazendo menção às licitações para escolha de um
novo aterro sanitário a concessão do Mercado Municipal, ambos processos
agendados para esse mês.
Rangel conquistou um posto de destaque na política
princesina ao ser consagrado o segundo prefeito reeleito de Ponta Grossa após
vencer Aliel Machado (REDE) em 2016. Tendo ao lado no segundo mandato Elizabeth
Schmidt (PSB) no cargo de vice-prefeita, professora e expoente do cenário
feminino local, Marcelo adotou metas ousadas para a gestão e tem tomado ações
para “pensar o futuro da cidade para as próximas décadas”.
Entre as ações destacadas pelo prefeito estão a busca pelo “equilíbrio
financeiro” com medidas tomadas para reforçar o orçamento e recuperar valores devidos
já inscritos em dívida ativa, além de contenções de gastos com a folha de
servidores. O prefeito defendeu também os investimentos viabilizados pela
administração para avançar no quesito pavimentação. “Quando assumimos a
Prefeitura havia um grande déficit em obras de pavimentação, temos conquistado
avanços no setor com a parceria junto ao Governo do Estado e também com bons
projetos”, contou Rangel.
Além disso, o gestor também comentou questões polêmicas como
o debate sobre o regime jurídico dos servidores públicos municipais. Acompanhe:
Jornal da Manhã: Qual
é o balanço que o senhor faz dos nove meses do segundo mandato?
Marcelo Rangel:
Sempre é muito difícil fazer um resumo de tudo que fizemos até o momento, mas
acho que a principal conquista é fazer com que a população tenha a sensação de
estar vivendo em uma cidade melhor, uma cidade mais humana – PG tem um grande
futuro pela frente, com boas perspectivas. Tudo isso faz com que a pessoas
valorizem mais a sua cidade e nossa meta é fazer com que as pessoas se sintam
bem vivendo em Ponta Grossa, nosso objetivo é conseguir melhorar a qualidade de
vida de quem mora aqui. Quando se fala em gestão, não gosto de voltar no
passado, porque nossa gestão já foi aprovada nas urnas e no nosso segundo
mandato estamos focando mais em infraestrutura e na melhoria da qualidade de
vida de quem mora na cidade. Acredito que se conseguirmos cultivar o amor por
Ponta Grossa podemos fazer a cidade avançar cada vez mais.
JM: Ainda no
primeiro mandato, o senhor lançou o programa “PG 200 anos”. Quais tem sido os
resultados colhidos por essa proposta de planejar o município em longo prazo?
Rangel: Hoje a
população tem pressa em resolver problemas crônicos, mas isso só é feito com
planejamento e tivemos essa preocupação desde 2013. Atualmente existe uma cobrança
muito maior sobre os gestores públicos, mas isso também é positivo já que nos
fez ter metas ousadas para a cidade – minha equipe trabalha muito e recebe
muitas cobranças. No entanto, só conseguimos esses avanços porque havia
planejamento e essa idealização não é para o meu mandato, mas sim para o
próximo prefeito, seja ele quem for. Quero deixar uma cidade saneada financeiramente,
além de conseguir zerar nossa dívida com precatórios e aumentar nossa
arrecadação. Daqui três anos, Ponta Grossa será entregue para o próximo
administrador com um potencial comparado às grandes cidades brasileiras.
JM: Setembro será
um mês importante para a Prefeitura: estão previstas as licitações para escolha
do novo aterro sanitário e a concessão do Mercado Municipal. Sua expectativa é
resolver ou, ao menos, dar um encaminhamento para essas questões?
Rangel: Nós
enfrentamos os obstáculos mais difíceis e crônicos da história de Ponta Grossa.
Cito como exemplo a Estação Saudade, problema crônico do ponto de vista do
tráfico de drogas, o Mercadão Municipal que agora deverá ser licitado para
concessão, cito também o aeroporto Santana e o aterro do Botuquara. Além disso,
enfrentamos a questão dos precatórios e queremos discutir o regime jurídico dos
servidores – tudo isso foi e está sendo discutido abertamente com a população,
de maneira clara e objetiva. Com relação às licitações previstas para setembro,
acredito que teremos um mês histórico para a cidade ao conseguirmos superar
essas duas questões que já se arrastam há muito tempo. O Mercadão é algo
simbólico para a cidade, por representar a história do município, já a questão
do lixo com a escolha de um novo aterro representa um esforço da administração
em dar uma solução adequada para esse problema crônico.
JM: Sua
administração pretende discutir a mudança no regime dos servidores?
Rangel: Eu sempre
procurei trabalhar de maneira democrática e participativa. Eu converso com os
servidores diariamente e sempre expus para eles a vantagens e benefícios de uma
possível mudança do regime CLT para o estatutário, benefícios que também
chegarão aos moradores de Ponta Grossa. Nós queremos ter condições de
implementar planos de cargos e salários para todos os servidores, mas para isso
precisamos mudar o regime jurídico – queremos investir na cidade, mas também
queremos valorizar o funcionalismo. Temos debatido com os servidores e
avançado, não quero fazer nada que seja imposto de cima para baixo. Eu tenho
esse respeito com o funcionalismo público porque trabalho com diálogo e clareza,
só apresentarei essa mudança se eu tiver anuência dos servidores. Isso é
importante para a cidade já que se continuarmos com esse regime deveremos ter
graves problemas após o fim do meu mandato.
JM: O município
sempre teve um déficit quando o assunto é pavimentação. PG deve contar com
novos investimentos para o setor ainda em 2017?
Rangel: Neste
momento Ponta Grossa tem 52 obras em andamento. Com os próximos investimentos
do Governo do Estado que preveem um aporte total de R$ 30 milhões, destes R$ 10
milhões devem ser liberados e aplicados ainda este ano, certamente vamos bater
todos os recordes de obras em andamento da história da cidade. Nós concluímos
mais de 200 quilômetros nos primeiros quatro anos e mesmo assim foi pouco: a
cidade cresceu muito e sem planejamento durante 190 anos. Trabalhamos muito
para planejar Ponta Grossa daqui em diante e poder resolver os problemas
logísticos. Neste novo mandato, estamos concentrados em pavimentação, com destaque
para as ligações interbairros que devem revolucionar as vilas da cidade.
JM: Do ponto de
vista financeiro quais tem sido as ações da Prefeitura para ‘equalizar’ o caixa
do município?
Rangel: Pela
primeira vez na história, a cidade de Ponta Grossa tem mais a receber do que a
pagar. Nós estamos em um bom momento das finanças, já que o que nos é devido,
em termos de dívida ativa, representa um valor maior do que aquele que devemos
em precatórios. Além disso, temos patrimônios que são terrenos espalhados pelo
município que pretendemos leiloar ainda em 2017 – queremos usar esse valor para
pagar nossas dívidas em precatórios. Nossa expectativa é que a Prefeitura possua
cerca de R$ 800 milhões em terrenos públicos inutilizados e com o valor
arrecadado em leilão queremos quitar todas as dívidas da cidade. Temos a
possibilidade de zerar nossos débitos até 2020 – quero atingir essa meta.
JM: Qual é sua pretensão
política para 2018? O senhor de fato pretende disputar o cargo de governador do
Paraná?
Rangel: Nosso
sistema político vive um momento muito difícil – todo dia assistimos à
escândalos de corrupção em diversas esferas do Poder Público e pouco se fala em
nomes novos na política estadual. A população está descrente da política, mas
tenho a vontade de colocar meu nome em discussão em 2018 – precisamos debater o
Paraná e quero representar Ponta Grossa neste processo. Em outras eleições,
tivemos nomes de várias cidades do PR com representantes no debate pelo Governo
e colocar PG nesse cenário estadual, dar voz ao debate princesino é uma
possibilidade que muito me agrada.