Política
Ministro do STF afasta Renan Calheiros do cargo de presidente do Senado
Marco Aurélio afastou Renan do cargo de presidente do Senado após pedido da Rede Sustentabilidade
Afonso Verner | 06 de dezembro de 2016 - 06:40
Marco Aurélio afastou
Renan do cargo de presidente do Senado após pedido da Rede Sustentabilidade
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio
decidiu nessa segunda-feira (5) afastar o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), do cargo da presidente. O ministro atendeu a um pedido liminar feito
pela Rede Sustentabilidade, partido de Aliel Machado, na manhã desta
segunda-feira. Até o fechamento dessa edição, a liminar não havia sido
derrubada.
O pedido de afastamento foi feito pelo partido após a
decisão proferida pela Corte na semana passada, que tornou Renan réu pelo crime
de peculato. De acordo com a Rede Sustentabilidade, a liminar era urgente
porque o recesso no Supremo começa no dia 19 de dezembro, e Renan deixará a
presidência no dia 1º de fevereiro do ano que vem, quando a Corte retorna ao
trabalho.
“Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do
exercício do mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de
Presidente do Senado o senador Renan Calheiros”, decidiu o ministro Marco
Aurélio. No mês passado, a Corte começou a julgar a ação na qual a Rede pede
que o Supremo declare que réus não podem fazer parte da linha sucessória da
Presidência da República.
Há maioria de seis votos pelo impedimento, mas o julgamento
não foi encerrado em função de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Até
o fechamento desta edição, votaram a favor de que réus não possam ocupar a
linha sucessória o relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Edson
Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello – a medida
envolve diretamente Calheiros.
Em nota divulgada na sexta-feira (2), o gabinete de Toffoli
informou que o ministro tem até o dia 21 de dezembro para liberar o voto-vista,
data na qual a Corte estará em recesso.
Renan se dizia “tranquilo”
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que
recebeu com “tranquilidade” a decisão do Supremo Tribunal Federal de torná-lo réu na
ação que trata do pagamento de pensão a uma filha dele por meio de uma
empreiteira. O caso é de 2007 e Renan alegou, por meio de nota à imprensa, que
desde então o Ministério Público não teria conseguido comprovar sua culpa. ““Na
instrução o senador comprovará, como já comprovou, com documentos periciados,
sua inocência quanto à única denúncia aceita”, diz a nota.