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Duas lendas sobre quadros (11/08)

Duas lendas sobre quadros

Imagem ilustrativa da imagem Duas lendas sobre quadros (11/08)
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A pintura dos dois anjos

No ano de 1476, dois homens conversam no interior de uma igreja medieval. Param por alguns minutos diante de um quadro que mostra dois anjos, de mãos dadas, descendo em direção a uma cidade.

- Estamos vivendo o terror da peste bubônica - comenta um deles.

- Pessoas estão morrendo, não quero ver imagens de anjos.

- Esta pintura é sobre a Peste – diz o outro. – É uma representação da Lenda Áurea. O anjo vestido de vermelho é Lúcifer, o Maligno. Repara como ele tem preso ao cinto, um pequeno saco: ali dentro está a epidemia que tem devastado nossas vidas e as vidas de nossas famílias.

O homem olha a pintura com cuidado. Realmente, Lúcifer carrega uma pequena sacola; entretanto, o anjo que o conduz tem uma aparência serena, pacífica, iluminada.

- Se Lúcifer traz a Peste, quem é este outro que o leva pela mão?

- Este é o anjo do Senhor, o mensageiro do Bem. Sem sua permissão, o Mal jamais poderia se manifestar.

- O que está fazendo, então?

- Mostrando o local onde os homens devem ser purificados por uma tragédia.

Da Vinci procura seus modelos

Ao conceber seu famoso afresco "A última Ceia", Leonardo da Vinci deparou-se com uma grande dificuldade: precisava pintar o Bem – na imagem de Jesus – e o Mal – na figura de Judas. Resolveu sair procurando por Milão os modelos que representassem os dois.

Certo dia, enquanto assistia um coral, viu em um dos rapazes a imagem ideal de Cristo. Convidou-o para o seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços. Antes de o rapaz sair, mostrou-lhe a ideia do afresco, e elogiou-o por representar tão bem a face de Jesus.

Passaram-se três anos. A “Santa Ceia”, que enfeitava uma das igrejas mais conhecidas da cidade, estava quase pronta – mas Da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas.

O cardeal, responsável pela igreja, começou a pressionar Da Vinci, exigindo que terminasse logo o seu trabalho. Depois de muitos dias procurando, o pintor encontrou um jovem prematuramente envelhecido, esfarrapado, bêbado, atirado na sarjeta. Com dificuldade, pediu a seus assistentes que o levassem até a igreja, pois já não tinha mais tempo de fazer esboços.

O mendigo foi carregado até lá, sem entender direito o que estava acontecendo: os assistentes o mantinham de pé, enquanto Da Vinci copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas naquela face.

Quando terminou o trabalho, o mendigo – já um pouco curado de sua ressaca – abriu os olhos e notou o afresco na sua frente. E disse, numa mistura de espanto e tristeza:

- Eu já vi este quadro antes!

- Quando? – perguntou surpreso Da Vinci.

- Há três anos, antes de eu perder tudo que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus.

O fato

Edmund Hillary foi o primeiro homem a subir o Everest, a montanha mais alta do mundo. Seu feito coincidiu com a coroação da Rainha Elizabeth, a quem dedicou a conquista, e de quem recebeu o título de “Sir”.

Um ano antes, Hillary já havia tentado a escalada, e fracassara por completo. Mesmo assim, os ingleses reconheceram seu esforço, e o convidaram a falar para uma numerosa plateia.

Hillary começou a descrever suas dificuldades, e, apesar dos aplausos, dizia sentir-se frustrado e incapaz. Em dado momento, porém, largou o microfone, aproximou-se da enorme gravura que ilustrava seu percurso, e gritou:

 - Monte Everest, você me venceu esta primeira vez. Mas eu irei vencê-lo no próximo ano, por uma razão muito simples: você já chegou ao máximo de sua altura, enquanto eu ainda estou crescendo!

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