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Três histórias sobre a arte de ouvir

Três histórias sobre a arte de ouvir

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O sábio de Xiras - A linguagem do Asno

            O sábio Saadi, de Xiras, caminhava por uma rua com seu discípulo, quando viu um homem tentando fazer com que sua mula andasse. Como o animal recusava-se a sair do lugar, o homem começou a insultá-lo com as piores palavras que conhecia.

            - Não sejas tolo – disse Xiras. – O asno jamais aprenderá a tua linguagem. O melhor será que te acalmes, e aprendas a linguagem dele.

            E afastando-se, comentou com o discípulo:

            - Antes de entrar numa briga com um asno, pensa bem na cena que acabaste de ver.

a sabedoria persa

A corneta que afastava tigres

            Um homem chegou a uma aldeia com uma corneta misteriosa, de onde pendiam panos vermelhos e amarelos, contas de cristal e ossos de animais.

            - Esta é uma corneta que afasta tigres – disse o homem. – A partir de hoje, por uma modesta quantia diária, eu a tocarei todas as manhãs, e vocês nunca serão devorados por estes terríveis animais.

            Os habitantes da aldeia, aterrorizados com a ameaça de ataque de um animal selvagem, concordaram em pagar o que o recém-chegado pediu.

            Assim se passaram muitos anos, o dono da corneta ficou rico, e construiu um belo castelo para si mesmo. Certa manhã, um rapaz que passava pelo local, perguntou a quem pertencia aquele castelo. Ao saber da história, resolveu ir até lá conversar com o homem.

            - Ouvi dizer que o senhor tem uma corneta que afasta tigres – disse o rapaz. – Acontece, porém, que não existem tigres em nosso país.

            Na mesma hora, o homem convocou todos os habitantes da aldeia, e pediu ao rapaz que repetisse o que dissera.

            - Vocês escutaram bem o que ele disse? – gritou o homem, assim que o rapaz terminou. – Esta é a prova irrefutável do poder da minha corneta!

O silêncio da noite

            Num deserto da África, caminhavam o mestre sufi e seu discípulo. Quando a noite caiu, os dois montaram a tenda, e se deitaram para descansar.

            - Que silêncio! – comentou o discípulo

            - Nunca diga: “que silêncio!” – respondeu o mestre. – Diga sempre: “eu não estou conseguindo escutar a natureza”.

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