A carta do medo

A carta ameaçadora encontrada na manhã dessa quinta-feira (21), em um dos banheiros no campus de Uvaranas, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), potencializa o medo não apenas da comunidade universitária, mas de toda a sociedade. Além do temor, deve-se considerar também que os escritos são pesados, com informações sobre matança em série e de dimensões gigantescas. O ato terrorista seria praticado por ‘pessoas com problemas emocionais’, segundo o autor.

O bilhete, que estava no campus Uvaranas, remete ao atentado no Colégio Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), e diz que Ponta Grossa vai presenciar a “maior execução de alunos já vista em todo o mundo”. Em nota, a assessoria da UEPG confirmou que a carta é verídica e que solicitou apoio da vigilância interna e de órgãos de segurança externos. 

Considerando as barbáries que acontecem diariamente em diferentes partes do mundo e atendo-se às investigações sobre o massacre na escola em Suzano-SP, é importante a adoção de medidas por parte das autoridades universitária e de segurança pública. A carta por ser apenas uma ‘trolagem’, escrita por alguém – ou por muitas pessoas -, com o desejo de potencializar a onda do medo, mas ignorar essas ameaças é cometer um grande erro.

O importante é a polícia judiciária chegar aos autores dessa carta, o quanto antes possível, abrir um inquérito e desfazer todas as dúvidas. A investigação será muito bem recebida pela sociedade e proporcionará uma sensação maior de segurança. Se houver prisões, tudo poderá ser esclarecido. A população pode colaborar com as investigações, levando informações à Polícia Civil ou à Polícia Militar sobre os autores da carta. O nome é mantido em sigilo.

É relevante salientar que ameaças semelhantes já foram registradas em outras universidades brasileiras e estão sob investigação dos órgãos competentes. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) teve uma quarta-feira (20) tensa depois que foram encontradas mensagens na ‘deep web’ sobre atentados na instituição.