Editorial
Sociedade cobra respostas
Da Redação | 14 de março de 2019 - 02:54
A tragédia ocorrida na manhã de ontem, em Suzano-SP, com a
execução covarde de funcionários de alunos da Escola Estadual Professor Raul
Brasil, não pode despertar na sociedade apenas a comoção social. Chegou a hora
de o Brasil amadurecer. É preciso identificar e pôr em prática mecanismos
eficientes para proteger os espaços de ensino.
Tragédias envolvendo tiroteios e ataques em escolas são
contabilizadas na história recente do país. O episódio registrado ontem
junta-se a outros. O caso mais recente ocorreu no Colégio Goyases, em Goiânia,
quando adolescente de 14 anos assediado por bullying matou dois colegas de 13
anos e feriu outros com a arma da mãe - uma policial civil.
Na apuração das razões do crime, o autor dos disparos disse
à polícia que se inspirou no atentado ocorrido em 1999 na escola de Columbine
(Estados Unidos), com quinze mortos e 24 feridos, e no massacre ocorrido em
Realengo, no subúrbio carioca, em 2011 – quando um adulto (23 anos) efetuou
mais de 60 disparos e matou 12 crianças na escola municipal Tasso da Silveira.
O Brasil não tem maturidade e nem mecanismos eficientes para
discutir a liberação do porte de arma de fogo. A segurança é precária, os
índices de violência são altos, as penitenciárias estão abarrotadas e as ruas
tomadas por criminosos. As famílias estão desestruturadas e as crianças e
adolescentes são facilmente cooptados por traficantes.
O Palácio do Planalto divulgou nota nesta quarta-feira (13)
na qual o governo federal manifestou "profundo pesar" com o ataque
a tiros na escola de Suzano (SP).
O presidente Jair Bolsonaro disse que o ato é "uma monstruosidade e
covardia sem tamanho". Lamentações não acalmarão corações e nem trarão
tranquilidade. A sociedade espera respostas e muito trabalho.