Editorial
O bom senso prevaleceu
Da Redação | 02 de março de 2019 - 02:34
O bom senso levou o governo federal a revogar a resolução
que previa a aplicação de multas para pedestres e ciclistas que cometessem
infrações no ambiente de trânsito, circulando fora das áreas permitidas. A
medida entraria em vigor nesta sexta-feira, depois de ter sido adiada por 12
meses.
Muito mais do que gerar mecanismos para multar e engordar as
receitas, o governo deve se preocupar em intensificar campanhas para conscientizar
pedestres e ciclistas, reduzindo acidentes, evitando mortes e feridos. Tirar
dinheiro desses dois públicos seria um ‘arrocho’ tão grande quanto àquele, de
três décadas atrás, que exigia o kit de primeiros socorros.
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), responsável pela
revogação da portaria, reconhece a importância de ações pró-ativas. Segundo o
órgão, antes de estabelecer sanções, deve-se promover efetiva campanha
educativa para que todos os envolvidos no trânsito respeitem aqueles que são
mais vulneráveis e que eles próprios saibam como ter uma atitude preventiva de
acidentes.
A questão é: como aplicar sanções para pedestre e ciclistas,
quando muitos nunca tiveram qualquer noção do que venha a ser o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB), ainda que ninguém possa alegar desconhecimento da
lei.
O órgão reconhece a necessidade de se promover campanhas
educativas para o trânsito. O Contran informou ainda que aprovou a realização
de um Campanha Nacional de Educação para o Trânsito, até abril de 2020,
envolvendo os pedestres, ciclistas e motociclistas. O tema escolhido para a
campanha 2019/2020 foi: No trânsito, o sentido é a vida.
É importante lembrar que outro ponto que impede a aplicação
das multas a pedestres e ciclistas, refere-se ao registro de infrações.
Atualmente os sistemas computam as placas dos veículos, e não registros de
números como de RG ou CPF, que seriam documentos hábeis para tanto.