Editorial
Quem fiscaliza?
Mario Martins | 19 de outubro de 2018 - 02:49
A queda da marquise do Vila Velha, um dos primeiros prédios
de Ponta Grossa, com 23 andares e aproximadamente 53 anos, serve de alerta às autoridades
locais, sobre a necessidade de intensificar a fiscalização em prédios antigos.
A prevenção evita transtornos e acidentes. Evita tragédias também.
Profissionais ouvidos pelo JM e portal aRede apontam vários
fatores para a queda da marquise. Evidenciam uma possível falta de manutenção e
citam fatores da construção na época em que o prédio foi feito. Atualmente as
construções são feitas com um sistema de ‘concreto armado’. A estrutura do Vila
Velha era constituída por elementos mistos, como tijolo, argamassa e outros
materiais. A marquise tinha apenas um revestimento de cerâmica, sem nenhum
sistema de impermeabilização, ficando exposta ao tempo e as condições
climáticas.
O fato é que Ponta Grossa se livrou de uma grande tragédia.
A marquise desabou no início da madrugada, supostamente pela força de uma tempestade
que atingiu a cidade horas antes. Neste momento, não havia circulação de
pedestres na calçada.
É importante ressaltar que o Vila Velha foi construído na
confluência da Vicente Machado com a Augusto Ribas, considerado um dos
cruzamentos mais movimentados da cidade. Se a queda da marquise tivesse
ocorrida durante o dia, em horário de funcionamento do comércio, é possível
admitir a ocorrência de mortes e feridos. Felizmente não ocorreu.
Apela-se ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura
(Crea), à Associação dos Engenheiros, à Prefeitura e ao Corpo de Bombeiros a
criação de uma força-tarefa para efetiva verificação dos prédios mais antigos
da cidade.