Editorial
Um problema de todos
Da Redação | 20 de junho de 2018 - 02:45
Despertar para uma nova realidade. A sociedade
ponta-grossense precisa se mobilizar, agora, em encontrar ações efetivas para
aumentar a segurança e conscientemente admitir que o impulso industrial
verificado nas últimas três décadas resultou em significativo desenvolvimento
socioeconômico, mas também criou oportunidades para o surgimento de problemas sociais
graves, como por exemplo a escalada da violência.
Na última segunda-feira aconteceu na sede da Associação
Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa, uma reunião com empresários
do comércio, do Distrito Industrial e representantes da Guarda Municipal,
Polícia Civil e Polícia Militar. O tema do encontro foi a onda de assaltos registrada
nos últimos meses. O crime, no entanto, atinge outros setores da sociedade,
gerando medo, prejuízos de desemprego.
O crime se combate com ações de inteligência e o efetivo
policiamento preventivo. Ponta Grossa precisa ter bases de segurança nos
bairros e triplicar o número de policiais para o patrulhamento nas ruas. Essas
duas medidas inibiriam a ação do criminoso e reduziria o tempo de atendimento
da ocorrência. Ocorre que, a política de segurança do Estado, prioriza o investimento
em tecnologia, deixando num segundo plano a abertura de concurso público para a
contratação de policiais civis e militares.
No ano passado foram atendidas, apenas pela Polícia Militar,
mais de 36 mil ligações realizadas através do tridígito 190, Neste ano, 190
pessoas foram conduzidas à delegacia, pela PM, por envolvimento em roubos e
furtos. Um dado interessante – e preocupante – é que nove destes 190, foram encaminhadas 19 vezes. A polícia prende,
mas a legislação favorece o infrator e o permite a volta à rua em poucos dias.
A lei 13.675, de 11 de junho de 2018, que criou o
Sistema Único de Segurança Pública (Susp), vai entrar em vigor no dia 12 do
próximo mês. Com as novas regras, os órgãos de segurança pública, como as
polícias civis, militares e Federal, as secretarias de Segurança e as guardas
municipais serão integrados para atuar de forma cooperativa, sistêmica e
harmônica. Caberá aos estados e aos municípios
estabelecerem suas respectivas políticas a partir das diretrizes do
plano nacional. É uma oportunidade que Ponta Grossa terá para
criar um plano municipal de segurança, respeitando suas características e
necessidades.