Editorial
Muito próximo do caos
Da Redação | 24 de maio de 2018 - 02:20
Assim como outras cidades do Brasil, Ponta Grossa teve uma
quarta-feira tensa, por conta do reflexo da greve dos caminhoneiros. Não há
mais combustíveis nos postos, alguns supermercados reportaram desabastecimento,
a concessionária de transporte retirou das ruas os ônibus extras, caixas
eletrônicos já estão ficando sem dinheiro e faculdades e escolas anunciaram a suspensão
das aulas.
Está na hora de o governo federal se posicionar. A sociedade
aguarda uma resposta. Realizar reuniões entre ministérios e a diretores da
Petrobras é uma medida improdutiva. Convocar as lideranças dos caminhoneiros
para encontro à porta fechada em Brasília é um erro de estratégia. Todos
esperam um desfecho imediato desta paralisação.
Os caminhoneiros protestam pela redução do preço dos
combustíveis, especialmente do diesel. A Associação Brasileira dos
Caminhoneiros informou que, até um posicionamento efetivo do governo federal,
os atos em estradas serão mantidos. Representantes do governo deveriam sair da
zona de conforto e ir às estradas para propor um consenso.
Diversas entidades estão manifestando sua preocupação e
indignação em relação à greve dos caminhoneiros que já está gerando prejuízos
importantes para a indústria e para a sociedade como um todo. Assim, neste
cenário pautado pelo caos, espera-se que em um prazo curto seja construído um
entendimento para que a situação volte à normalidade.
É fato que o preço dos combustíveis está muito alto e os
frequentes reajustes anunciados pela Petrobras inviabilizam qualquer atividade
econômica, não apenas dos caminhoneiros. Pagar R$ 5 pelo litro da gasolina é um
absurdo.
Para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a
estratégia do governo de retirar a cobrança da Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (Cide) do óleo diesel terá impacto "irrisório" no
preço final do combustível.