Editorial
PG fica fora do novo traçado ferroviário
Da Redação | 01 de fevereiro de 2018 - 03:13
A proposta da construção de uma nova ferrovia, ligando Dourados (MS) ao Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, definitivamente pode resolver o gargalo ferroviário existente em Ponta Grossa, mas vai tirar do Município um importante meio de transporte de cargas: o trem. Perder-se-á, assim, o status de grande entroncamento rodoferroviário.
A economia de Ponta Grossa teve três grandes impulsos durante o século XX. E o primeiro, em meados de 1900, foi justamente com a instalação da ferrovia. Duas estações foram construídas para servir de terminal ferroviário. A primeira, conhecida como Estação Paraná foi inaugurada em 1894. Servia de ponto terminal da Estrada de Ferro Paraná, fazendo a ligação Paranaguá-Curitiba e Ponta Grossa.
Entre 1899 e 1900 foi construída a segunda estação, conhecida como Estação São Paulo–Rio Grande, para atender a demanda de movimentação de trens e de carga e de passageiros dos trilhos da Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande que alcançaram a cidade. O encontro das duas estradas de ferro fizeram de Ponta Grossa um importante entroncamento ferroviário e marcou um período de crescimento econômico da região.
A obra da nova ferrovia está dividida em dois trechos. O primeiro tem 400 quilômetros e liga o litoral do Paraná a Guarapuava, passando por Palmeira, cidade distante 50 quilômetros de Ponta Grossa. O segundo, com aproximadamente 600 quilômetros, vai de Guarapuava até Dourados (MS), passando por Guaíra, e conta com a implantação de 350 quilômetros de linha nova, além da reabilitação do trecho já existente entre Guarapuava e Cascavel.
A nova ferrovia é apenas um estudo. Se a proposta sair do papel, Ponta Grossa poderá desaparecer do mapa ferroviário.