Editorial
Quem paga a conta?
Da Redação | 08 de novembro de 2017 - 02:43
Os vereadores apresentam e aprovam projetos estendendo os
limites dos benefícios do transporte coletivo, em Ponta Grossa, mas a conta,
quem vai pagar, são usuários que não são alcançados pelas benesses da lei. Na
última segunda-feira, a Câmara Municipal de Ponta Grossa aprovou, em segunda
discussão, o projeto de lei (PL) 89/2017 que prevê a instituição do
‘passe-entrevista’, que concederá duas passagens de ônibus gratuitas para
cidadãos desempregados.
A medida foi aprovada com 15 votos favoráveis e seis
contrários e causou polêmica no plenário da Casa de Leis, não pelo mérito mas
sim pela legalidade. Agora, surge um projeto para beneficiar as gestantes
contempladas pelo Bolsa Família.
É importante esclarecer que o custo para manter o transporte
público é dividido apenas pelos passageiros que pagam passagem. Quanto mais
pagantes usando os ônibus o impacto do reajuste tarifário será menor. Porém,
quanto mais usuários beneficiados pela gratuidade usando o transporte público,
mais cara a passagem pode ficar. O poder público criou leis para garantir a
gratuidade, mas não colabora no pagamento das despesas.
Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, e ainda algumas
categorias especiais de trabalhadores, têm garantido por lei - leis federais,
estaduais e municipais - o direito de circular gratuitamente, ou com desconto,
no transporte público.
A Câmara não está errada em propor esses benefícios. No
entanto, precisa agir com responsabilidade. A gratuidade pode encarecer - e
muito – o transporte coletivo em Ponta Grossa. Hoje, a passagem de ônibus custa
R$ 3,70. Em 2018, pode ser superior a R$ 4. O transporte público precisa de
projetos para torná-lo mais eficiente e que atenda à demanda da população.