Dinheiro
Vendas industriais do PR registram alta mesmo após greve
Resultado do acumulado do ano está 5% acima do registrado no mesmo período de 2017.
Da Redação | 14 de agosto de 2018 - 01:13
Resultado do
acumulado do ano está 5% acima do registrado no mesmo período de 2017.
Apesar do crescimento mais lento do que o ideal e das
turbulências políticas, a indústria do Paraná vem apresentando resultados
positivos em 2018. As vendas industriais em junho cresceram +26,24% em relação
a maio. No acumulado de janeiro a junho ficaram +5,29% acima do resultado do
mesmo período do ano passado. E na análise do mês, as vendas industriais de
junho ficaram 11,65% acima das de junho de 2017.
“Isso significa dizer que mesmo após a greve dos
caminhoneiros, que teve grande impacto nas vendas de maio, a indústria mantém o
ritmo de crescimento. Também é importante destacar que o que deve ser avaliado
é o resultado comparativo a igual período de 2017, não só o registrado de um
mês para outro, que pode sofrer interferência de fatores externos na
performance do setor, como foi o caso da paralisação”, explica o economista da
Fiep, Marcelo Alves.
O aumento verificado em junho é resultado da performance
positiva em 14 dos 18 gêneros pesquisados. Dois dos três gêneros de maior
participação relativa na indústria paranaense apresentaram aumento: 'Veículos
Automotores' (+47,89%) e 'Alimentos e Bebidas' (+23,26%). Já o 'Refino de Petróleo
e Produção de Álcool' (-0,57%) teve queda de vendas. “Tradicionalmente, junho
caracteriza-se como período de maior dinamismo na atividade industrial
paranaense. Este ano, as vendas do período sofreram com os reflexos da greve de
maio”, afirma.
Dentre os gêneros que apresentaram os maiores avanços em
junho destacam-se 'Móveis e Indústrias Diversas' (+57,39%); 'Celulose e Papel'
(+56,10%); e 'Máquinas e Equipamentos' (+54,96%). As maiores quedas foram em
Vestuário' (-9,47%); 'Couros e Calçados' (-8%); e o já citado 'Refino de
Petróleo e Produção de Álcool' (-0,57%).
O resultado de janeiro a junho de 2018, em relação ao mesmo
período de 2017, mostra 11 gêneros positivos e sete negativos. Os que
apresentaram maiores aumentos foram 'Couros e Calçados' (+94,30%), 'Edição e
Impressão' (+11,51%) e 'Refino de Petróleo e Produção de Álcool' (+9,33%). Os
gêneros com maiores quedas foram 'Borracha e Plásticos' (-24,32%), 'Madeira'
(-17,79%) e 'Material Eletrônico e de Comunicações' (-9,04%).
Empregos
Em relação aos empregos, em junho, houve leve queda de
-0,04% e o emprego diretamente ligado à produção caiu -0,22%. Oito dos 18
gêneros pesquisados registraram resultados positivos e 10 negativos. O
resultado do semestre em 2018 contra 2017 apresenta queda de -0,06%, no total,
e de -2,19% no pessoal empregado na produção.
As principais altas na oferta de empregos na indústria foram
em 'Produtos Químicos' (+1,54%), em função do aumento na produção; 'Máquinas e
Equipamentos' (+0,53%), devido ao aumento de pedidos; e em 'Produtos de Metal'
(+0,48%), que manteve estabilidade. As maiores quedas foram em 'Metalúrgica
Básica' (-2,25%), em razão do desaquecimento da demanda; 'Máquinas, Aparelhos e
Materiais Elétricos (-1,51%), em decorrência de redução nos pedidos e 'Celulose
e Papel' (-1,16%), por questão de ajustes estruturais.
Se comparados os meses de janeiro a junho de 2018 contra o
mesmo período de 2017, nove gêneros foram positivos e nove negativos. Os que
mais se destacaram com alta foram 'Couros e Calçados' (+21,69%), 'Veículos
Automotores' (+9,07%) e 'Metalúrgica Básica' (+4,19%). Os gêneros com maiores
quedas no período foram 'Madeira' (-12,99%), 'Máquinas, Aparelhos e Materiais
Elétricos' (-8,01%) e 'Borracha e Plásticos' (-4,26%).
Compra de insumos
A compra de insumos cresceu +26,58% em junho, em relação ao
mês anterior, e também, +7,26% na comparação com janeiro a junho de 2017. “A
compra de insumos se reflete em vendas futuras, ou seja, após a queda em maio,
onde faltou matéria-prima nas indústrias por causa do bloqueio das estradas, o
industrial retomou as atividades, adquirindo insumos para voltar a produzir e
cumprir suas entregas aos clientes”, avalia.
Ao avaliar a origem das compras em junho, as realizadas no
Paraná cresceram (+20,87%); as procedentes de outros estados do País (+34,39%);
e as importações (+22,48%). A situação é similar ao do período de janeiro a
junho de 2018, analisado em relação a igual período de 2017, quando os
resultados são positivos para as compras no Paraná (+2,24%), para as
procedentes de outros Estados do País (+6,27%) e para as procedentes do
exterior (26,39%). “O aumento na compra de insumos do exterior é o que
preocupa. O cenário ideal é ter cada vez menos dependência do mercado externo e
conseguirmos adquirir o máximo de insumos possíveis dentro do país”, alerta.
Aumento nos custos
industriais
Para os próximos meses, há dois fatores fundamentais que
devem ser considerados para a retomada do crescimento da indústria. Além das
incertezas do cenário eleitoral, também existe uma preocupação com o aumento de
custos do setor. No ano, as atividades econômicas que mais tiveram aumentos nos
custos industriais foram produtos derivados do petróleo, produtos químicos,
papel e celulose, produtos de madeira e metalurgia.
A energia elétrica é um dos fatores que mais pesa nesta
conta. Um levantamento da Fiep aponta que o setor industrial do Paraná gastará
em média 10% do seu faturamento com custos de energia para a produção. No
Paraná, o reajuste autorizado pela Aneel nas contas de luz foi de 17,55%.
Uma avaliação do índice de Preço ao Produtor (IPP),
indicador que capta a variação de custos na atividade industrial no Brasil,
mostrou que a alta, no acumulado do ano, já chega a 5,85%. Além disso, o
aumento dos tributos federais, as taxas de câmbio com tendência a
desvalorização do real frente ao dólar, e o aumento dos empréstimos mostram que
o empresário levará tempo para retomar a confiança na economia e,
consequentemente, a indústria ainda deve demorar para recuperar o ritmo de
crescimento anterior ao período de crise.
Informações da
Assessoria de Imprensa.