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Ponta Grossa derrapando na pista

Algumas cidades conseguem compreender melhor que outras a relação entre esporte, mercado e economia, embora não exista uma fórmula secreta

Imagem ilustrativa da imagem Ponta Grossa derrapando na pista
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Para as pessoas menos informadas, o skate ainda é visto como um brinquedo perigoso, barulhento, praticado principalmente por jovens desordeiros. Mas, no próximo ano, na Olimpíada do Japão, o skate estreia como modalidade olímpica, na qual o Brasil terá a oportunidade de comprovar a sua supremacia e trazer a medalha de ouro.

Em 2019, o Circuito Brasileiro de Skate Profissional completará 30 anos. E, talvez o mais importante a saber, já que a palavra que mais sensibiliza o mundo dos gestores públicos é ECONOMIA, vale dizer que, desde o ano de 2014, a cadeia produtiva do skate já movimentava no Brasil, mais de um bilhão de reais. Algumas cidades conseguem compreender melhor que outras a relação entre esporte, mercado e economia, embora não exista uma fórmula secreta.

Um comparativo com o futebol ponta-grossense facilita a compreensão dessa matemática. O Fantasma ascendeu para a Série B, consequentemente, ampliou sua visibilidade nacional e até internacional, motivou a torcida, mexeu com a autoestima da cidade e isso, claramente, reflete em resultado econômico, para o clube e município. No skate não é diferente. Precisamos de resultados. No entanto, estamos bem distantes de Colombo, Sarandi ou Cianorte, que há anos vêm revelando atletas para o cenário nacional e criando a possibilidade futura de terem um skatista olímpico.

Já Ponta Grossa teve sua última aparição no ranking da Federação Paranaense de Skate, no ano de 2015, na categoria Mirim, com o atleta Matheus Fagundes que, na ocasião tinha 13 anos de idade. O baixo desempenho dos atletas ponta-grossenses no ranking paranaense não pode ser atribuído à falta de pistas para a prática do esporte, mas sim, à falta de qualidade dessas e, principalmente à falta de uma política adequada de incentivo e qualificação desse esporte em nossa cidade.

No dia 28 de janeiro, a prefeitura abrirá licitação para a construção de uma nova pista, no valor de 359 mil reais, no Parque de Olarias. E uma outra pista deve ser entregue no próximo mês, na Arena Multiuso do Bairro Oficinas, onde, aliás, já existe uma pista de skate que foi construída pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos.

Enquanto isso, a pista do bairro Santa Paula, a exemplo de outras tradicionais, foi completamente esquecida pela Fundação Municipal de Esportes. Os skatistas locais, reclamaram, tentaram consertar por conta própria, mas a pista continua bastante deteriorada, comprometendo o desempenho dos atletas e causando acidentes. Assim, a construção de novas pistas, é como comprar um carro novo, enquanto sua casa está caindo aos pedaços.

Certamente esse recurso traria melhores resultados, se investido na recuperação das pistas antigas e na qualificação dos nossos atletas. Os adeptos deste esporte, necessitam de orientação técnica e outros subsídios para treinos e competições, tal como acontece em outras modalidades. Atualmente, ele nem aparece no site da Fundação Municipal de Esportes. Skate é esporte Olímpico.

* Manoel Correa é paranaense de Goioerê, formado em Comunicação pela PUC de São Paulo. Trabalhou como coordenador de projetos sociais e diretor de promoção do esporte e lazer e recreação na Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. Também atuou como coordenador de projetos no Ministério da Cultura e Consultor do PENUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atualmente reside no Bairro Santa Paula. 

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