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Escola inclusiva: ainda falta muito, mas estamos evoluindo
Da Redação | 17 de julho de 2018 - 01:06
Uma análise do cenário educacional atual nos revela os
avanços e as diversidades que permeiam a sociedade. Quando buscamos olhar de
forma abrangente, constatamos que não lidar com as diferenças é não perceber a
diversidade que nos cerca. Neste cenário, levamos em consideração a relação
social e o fundamental papel das escolas no favorecimento e na sustentação da
formação integral do indivíduo. A escola tem grande importância em
realizar e conduzir um trabalho que abra espaço para a efetiva formação, considerando
que todos os alunos têm características, talentos e interesses únicos. Mas,
além de tudo, cada um deles tem uma trajetória de vida singular, com diferentes
condições sociais, emocionais, físicas e intelectuais.
Apesar dos avanços, ao mencionar os alunos com deficiência e
sua integração no ambiente escolar, ainda encontramos obstáculos relacionados a
aspectos práticos. Ainda há um longo caminho a se percorrer para desconstruir
alguns paradigmas e empecilhos que dificultam o processo de inclusão.
De acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica, de
2017, podemos constatar um aumento significativo da inclusão de alunos com
deficiência no sistema de ensino. Esses dados, quando analisados em relação ao
ano anterior (2016), mostram um salto de 76 mil matrículas na educação básica,
em escolas públicas e privadas de todo o país. No entanto, a maioria das
escolas ainda possui certa defasagem de estrutura para incluir os alunos.
No Ensino Fundamental, por exemplo, somente 29,8% das
escolas têm recursos e dependências adequadas a alunos com deficiência, assim
como banheiros adaptados, rampas de acesso, materiais de apoio especializados,
além de salas de aula e espaços de convivência pensados para atendê-los. Este
cenário é bem negativo, mesmo sendo a inclusão prevista na Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) nº 93394, de 20 de dezembro de 1996. O artigo 58 da LDB
assegura o direito da criança com deficiência a estudar na rede regular de
ensino, assim como o direito ao apoio de um serviço especializado para atender
suas necessidades; ao considerar que a escola deve ser o lugar onde as crianças
desenvolvem e ressignificam competências cognitivas, a partir das quais
transformará seu universo e construirá seu processo de formação acadêmica e,
consequentemente, de cidadão autônomo.
A escola tem uma função estratégica nesse pertencimento da
criança na sociedade e no mundo. É no espaço escolar que ela tem a
possibilidade de se relacionar socialmente, bem como despertar várias
percepções de aprendizagem. Ao considerar a importância da escola no processo
de inclusão, não podemos deixar de considerar os professores como constituintes
e mediadores da articulação desse modelo educacional inclusivo, que é também
social e político. A legislação brasileira prevê que todos os cursos de
formação de professores, do magistério à licenciatura, devem capacitá-los para
receber, em sala de aula, alunos com e sem deficiência. Mas será que, no
cenário atual, os professores estão realmente preparados para garantir, na
prática, o direito dessas pessoas? Nesta premissa, cabe ao sistema educacional
constituir-se de uma rede de apoio às escolas e aos professores por meio de
cursos de capacitação e atualização de qualificação pedagógica ; a fim de dar
subsídios que viabilizem uma educação inclusiva efetiva.
Em muitos municípios do interior de São Paulo, esse
movimento de reciclagem, de capacitação pedagógica e de um novo olhar dos
professores para essas questões já é uma realidade. A Planneta Educação,
empresa de São José dos Campos que atua em parceria com secretarias municipais
de educação, vem promovendo formações recorrentes e gratuitas aos professores e
gestores sobre educação inclusiva, em todas as modalidades de ensino. São
palestras e cursos com conteúdos e temas ricos que abordam a inclusão nos mais
diferentes aspectos, desde a utilização de ferramentas lúdicas e artísticas
para abordagem de conteúdos, até meios para que a escola trabalhe em conjunto
com a sociedade, com o intuito de se criar um espaço mais receptivo e menos
desigual para os alunos com deficiência.
A escola inclusiva deve refletir o que na verdade é direito
de todos os cidadãos, ao abrir possibilidades, permitir a participação e estar
conectada com a realidade. Se considerarmos essas vertentes e esses
princípios, podemos ressaltar que aos poucos vamos caminhando para construir um
país mais igual para todos, principalmente na escola.
Aline Ferreira é Analista de Operações da Planneta
Educação, empresa do grupo Vitae Brasil (www.vitaebrasil.com.br); graduada em
Pedagogia pela Faculdade Anhanguera São José, pós-graduada em Psicopedagogia
Clínica e Institucional pela Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP,
com experiência em trabalhos relacionados à Educação, Intervenção e Avaliação
do Processo de Aprendizagem e Parceria Escola - Família . Contato: [email protected].