Debates
Realidades distintas
Da Redação | 04 de maio de 2018 - 02:53
Por Marcello Richa
Em 2014 o Brasil começou a dar os sinais mais evidentes
daquela que se tornaria a maior crise econômica de sua história. Desde então
não temos muitas razões para comemorar o Dia do Trabalho, já que nesse período
o país quebrou recordes de desemprego, com mais de 14 milhões de pessoas sem
trabalho.
Houve uma pequena melhora no último ano e, de acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos três
primeiros meses de 2018 foram contabilizados aproximadamente 13,7 milhões de
pessoas sem trabalho. O número assustador mostra a dificuldade de recuperação
que o país enfrenta, uma vez que é inviável pensar em desenvolvimento com
desemprego.
Infelizmente esse é o verdadeiro legado do intervencionismo
e irresponsabilidade econômica da gestão petista, que deteriorou as contas
fiscais e eliminou a credibilidade do país junto ao mercado estrangeiro,
atestado pelos seguidos rebaixamentos do Brasil pelas maiores agências de
classificação de risco do mundo. O que restou foram crescentes dívidas
públicas, desemprego e fracasso na implantação de reformas legislativas
necessárias para melhorar o desempenho estrutural das finanças públicas.
Mesmo com o cenário desolador que o Brasil vive, ainda é
possível encontrar em alguns estados exemplos de como é possível superar as
adversidades e estimular o necessário crescimento econômico. Nesse sentido o
Paraná volta a se destacar por apresentar uma realidade distinta do país, com
crescimento econômico, geração de emprego e reconhecimento internacional.
Apesar de termos apenas a sexta maior população, desde 2011
o Paraná foi responsável por 10,8% do total de empregos formais gerados no
país, sendo o terceiro estado que mais criou vagas, conforme aponta
o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Tão importante quanto isso é perceber que essas vagas foram distribuídas em
todo o nosso território, com aproximadamente 90% sendo no interior.
São diversas iniciativas que contribuíram para esse
resultado, como a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar), que ajudou a abrir novos mercados para a carne paranaense; a atenção
ao salário mínimo regional, que é o maior do Brasil e beneficia cerca de 1,5
milhão de trabalhadores; captação de aproximadamente R$ 42 bilhões de
investimentos por meio do Paraná Competitivo, entre outros.
Responsabilidade fiscal, investimentos estruturais,
programas eficazes, atenção ao agronegócio e segurança jurídica fizeram o
Paraná seguir na contramão do resto do país, gerando empregos, mantendo sua
capacidade de investimento e apresentando um crescimento de 2,5% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2017, mais que o dobro do Brasil. Ações que trouxeram
retorno concreto para a população e reconhecimento de diferentes instituições.
De 2010 a 2017 o Paraná saltou da quinta para a segunda
posição entre os estados mais competitivos do Brasil de acordo com a revista
The Economist. Já a agência de classificação de risco Fitch, uma das três mais
importantes do mundo no segmento, manteve o rating nacional do Paraná em AA+
(bra), o que deixa o estado com a melhor nota entre as unidades avaliadas pela
instituição no Brasil e apenas um nível abaixo de AAA, nota máxima possível.
Apesar de ainda enfrentarmos os reflexos da crise que
assolou o país e que gerou recorde de desemprego, o Paraná mostra que é
possível trilhar um caminho de credibilidade econômica, atração de
investimentos e fortalecimento do mercado, essenciais para o desenvolvimento e
geração de empregos que o país tanto precisa.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)