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O que é crédito com garantia de imóvel e por que vale a pena?
Da Redação | 21 de outubro de 2017 - 02:37
Por Maria Teresa Fornea
Comum em países como os Estados Unidos, o crédito com
garantia de imóvel é uma operação ainda tímida no Brasil, mesmo com um volume
de cerca de 70% dos imóveis brasileiros quitados podendo ser apresentados como
garantia por proprietários que buscam crédito. Esse tipo de operação, na
prática, funciona como um refinanciamento imobiliário e pode assegurar acesso a
crédito com taxas de juros até 80% menores do que outras modalidades.
Porém, a resistência do brasileiro à essa operação se dá por
uma barreira cultural. No país, ainda existe a ideia de que a alienação do
imóvel como garantia em operações de crédito apresenta alto risco. Por outro
lado, é comum que as pessoas comprometam sua renda, e o próprio imóvel,
contratando linhas de crédito com altas taxas e prazo mais curto. Ou seja, no
fim, estão sujeitas a um risco maior de perder seu patrimônio sem se dar conta
disso.
Mas o mercado norte-americano mostra que esse temor não se
sustenta. Nos Estados Unidos, o volume de crédito disponível para pessoas
físicas e pequenas e médias empresas é 35 vezes maior do que no Brasil. Apesar
disso, o brasileiro está duas vezes mais endividado do que o norte-americano.
Este cenário acontece justamente porque as operações de
crédito mais populares no Brasil têm juros muito altos e prazos para quitação
da dívida mais curtos. E essas são as maiores diferenças em relação a outras
modalidades de crédito, como o empréstimo pessoal sem garantia, ou cheque
especial e rotativo do cartão, duas das operações de créditos mais usuais entre
os consumidores brasileiros.
Mesmo diante dos altos juros, três em cada 10 brasileiros
têm algum tipo de empréstimo contratado em bancos ou outras instituições
financeiras. De acordo com levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil), do total de consumidores que recorrem ao crédito, 42% o
fazem para quitar dívidas: é a principal finalidade do empréstimo pessoal no
Brasil. Embora seja uma saída para regularizar dívidas, a escolha pelo
empréstimo requer cuidados. Isso porque a taxa de juros pode ser até 10 vezes
maior entre as operações de crédito existentes no mercado para este fim.
O rotativo do cartão de crédito, por exemplo, apresentou
taxa de juros média de 13,36% por mês, em agosto de 2017. Já a taxa de juros
mensal do cheque especial foi de 12,14% e o empréstimo pessoal sem consignação
chegou a 7,54%, em média, segundo a Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC). No mesmo período, seria
possível contratar crédito com garantia de imóvel com uma taxa de juros a
partir de 1,15% ao mês, além da correção do IPCA. E mais: com contratação toda
feita pela internet graças ao advento das fintechs, startups do mercado
financeiro que surgem para solucionar antigos problemas dos bancos.
Além da taxa de juros reduzida, o crédito com garantia de
imóvel também é mais competitivo quanto ao prazo para pagamento da dívida, que
é de até 180 meses, e quanto ao volume máximo de crédito disponível para o
consumidor. Um levantamento feito por nós da Bcredi, que gerou um comparativo
de taxas e prazos entre quatro operações de crédito, constatou que o valor que
um proprietário de imóvel pode obter em crédito imobiliário é 11 vezes maior do
que seria possível com o rotativo do cartão de crédito, considerando o mesmo
prazo e valor de parcela.
Outro diferencial importante do crédito com garantia de
imóvel é seu uso livre: o crédito pode ser utilizado para quitar dívidas mais
caras, para financiar a compra de um bem com valor elevado, uma viagem, ou
ainda para construir ou reformar um imóvel – inclusive aquele apresentado como
garantia. Profissionais liberais e empreendedores de pequeno e médio porte
também podem contratar o crédito para investir em seus negócios, do uso como
capital de giro à investimentos em projeto de expansão.
O importante, para quem deseja tomar crédito e manter o
orçamento em dia, é estudar qual modelo é mais benéfico para o seu perfil e
avaliar nas instituições pré-selecionadas os valores das taxas de juros e
condições do empréstimo, além de conferir o Custo Efetivo Total (CET) do
crédito, valor que varia de acordo com o histórico de cada cliente. Seguindo
esses passos e escolhendo a melhor opção, o crédito só vem a trazer vantagens
para o tomador, que poderá utilizar o dinheiro como quiser e iniciar uma nova
empreitada com as contas em dia.
*Maria Teresa Fornea é cofundadora da Bcredi, fintech que
oferece crédito imobiliário de forma rápida e descomplicada em um processo 100%
online.