Debates
Estética e qualidade de vida
Da Redação | 20 de outubro de 2017 - 02:43
Por Marcello Richa
Vivemos em busca da melhoria da qualidade de vida, sejam
elas objetivas, por meio de avanços profissionais, de escolaridade ou renda,
até outras mais subjetivas, como satisfação, felicidade e superação de metas.
Cabe ao poder público a responsabilidade de criar condições para que todos
tenham a possibilidade de alcançá-la.
Áreas como capacitação profissional, assistência social,
educação, saúde e habitação tendem a ganhar maior destaque por serem
consideradas essenciais para os aspectos objetivos da melhoria da qualidade de
vida. Por outro lado, os fatores subjetivos representam um desafio mais difícil
de obter.
O bem-estar individual vai além dos aspectos econômicos e
tangem também questões físicas, relações sociais, independência e autoestima.
Dessa forma, além de programas e ações promovidos pelo poder público, é preciso
condições para que o mercado privado e os profissionais da área tenham
segurança jurídica, reconhecimento e possibilidade de desenvolvimento.
Um exemplo de avanço nesse sentido ocorre com o debate do
Projeto de Lei (PL) n.º 77/2016, que está em análise na Comissão de Assuntos
Sociais do Senado Federal e prevê a regulamentação das atividades profissionais
de técnicos em estética, esteticistas e cosmetólogos. Pode parecer apenas mais
burocracia, mas representa um avanço essencial no constante trabalho de
melhoria da qualidade de vida da população.
Digo isso porque, apesar de às vezes ser erroneamente
associada apenas à vaidade, o segmento da estética apresenta crescimento
constante e atua em conjunto com áreas como o esporte, lazer e saúde para a
melhoria de fatores psicológicos, sociais e emocionais do indivíduo. É uma
oportunidade de fortalecer o mercado profissional, aumentar as vagas de
trabalho e renda em um setor que está diretamente ligado a saúde e autoestima.
O Brasil é um dos poucos países que possui cursos e formação
acadêmica de estética, com um mercado especializado que tende a se tornar
referência se for devidamente regulamentado. Longe de ser um trabalho focado em
alcançar padrões de beleza, até porque isso varia de acordo com cada pessoa, é
um serviço que visa fazer o indivíduo sentir-se bem consigo mesmo, o que irá
acarretar em satisfação, disposição e confiança para o desenvolvimento de suas
atividades diárias.
No Paraná, o Governo do Estado entendeu a importância de
legitimar o trabalho desses profissionais e promulgou a Lei 264/2016, que
regulamenta a as profissões de tecnólogos em estética e cosmética. Um exemplo
que deve ser seguido a nível federal.
A busca constante pela melhoria da qualidade de vida da
população é um dos motivos que justificam a existência do poder público. A
regulamentação do setor da estética, assim como de outros nichos que contribuam
para o desenvolvimento do bem-estar social, é um passo importante para
valorizar o segmento e prover serviços que atendam os objetivos e expectativas
da sociedade.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do
Paraná (ITV-PR)