Debates
Drogas, novelas, e um país corrupto
Mario Martins | 14 de setembro de 2017 - 02:09
Por Fernando Rizzolo
O que significa hoje viver no Brasil quando se tem um filho
ou uma filha adolescente? É claro que não estou generalizando, mas num
país de 207 milhões de habitantes, onde na sua grande maioria são jovens, fica
patente que o investimento do narcotráfico é no mínimo interessante. Talvez
isso seja o motivo pelo qual as antigas e conhecidas drogas estão dando lugar
as novas drogas sintéticas, muitas das quais nem sequer podem ser identificadas
por mudança na sua formulação química, na sua maioria elaboradas em
sofisticados laboratórios clandestinos por vários países do mundo.
Mas como o assunto é polêmico, e na maioria das vezes gera
controvérsias, venho fazer uso de um saudosismo etário; dizem que uma das
vantagens de se chegar à maturidade é a capacidade de se analisar e comparar
como era a vida de um jovem há 40 anos atrás em relação aos jovens de hoje
desse nosso Brasil. Constato aqui, e nada de forma puritana ou conservadora,
que a velha figura do “pipoqueiro” que vendia maconha na praia e que seduzia os
jovens, ficou por demais abandonada e hoje serve apenas como uma antiga
referência dos perigos que nós nos anos 70 éramos incessantemente alertados por
nossos pais por jamais nos aproximarmos desses tais elementos.
Ademais, por falar em maus elementos ou companhias que
deveríamos evitar, existia uma vigilância parental naquilo que fazíamos, nas
nossas amizades, no horário em que chegávamos em casa, se havíamos ingerido
bebidas alcoólicas, enfim, havia o que eu chamo de “ Filtro Parental” e este
estava sempre presente. Mas hoje tudo mudou, senão vejamos: infelizmente as
novelas, o programa de televisão em geral não tem limite ao demonstrar o
“heroísmo dos delinquentes” nas novelas, os excessos sexuais na “telinha,
enfim, os maus exemplos de todos os tipos se encontram bem ali na sala da nossa
casa, assistidos por todos na televisão, ou bem acomodados num computador via
Internet, isso se intercalando com os noticiários sobre a corrupção devastadora
que assola o nosso país, um país pobre.
Hoje não há no Brasil como controlar e educar um jovem a não
ser por um embasamento religioso seja ele de qualquer religião, contudo que
esta religião não atente para o mau, pois até isso temos hoje à disposição dos
nossos jovens, via Internet, o recrutamento ao terrorismo. Em resumo, temos sim
que reinventar um modelo de educação familiar baseado no “Filtro Parental” pois
do contrário os valores morais, éticos, e relacionados a uma vida saudável para
os nossos filhos e netos estarão fortemente corrompidos e comprometidos, a tarefa
não é fácil, valores de tradição religiosa, vigilância nas companhias, exemplos
que demonstramos em casa, isso tudo ajuda, mas não esqueça que você durante um
bom tempo será taxado de chato, repressor, antiquado, principalmente por
emissários, ou “ experts em educação” pela televisão ou Internet; e se você
proibir ou num rompante educativo impor ordens em casa será chamado ainda de
“tirano” mas veja, vale apena, o futuro deles agradece ...vamos tentar filtrar
o Brasil nessa fase do terrorismo ideológico educacional televisivo....e da
corrupção endêmica...
Fernando Rizzolo é Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais e Professor de Direito