Debates
Cadecs em prol da força da integração
Da Redação | 30 de agosto de 2017 - 02:57
Por Ágide Meneghette
Desde o ano passado, quando o governo federal aprovou a chamada
Lei da Integração (Lei n. º 13.288/2016), os produtores rurais e as unidades industriais
envolvidas com avicultura e suinocultura contam com um novo canal de convivência:
as Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração
(Cadecs). A legislação exige a formação de comissões paritárias nas agroindústrias,
o que permitiu o equilíbrio nas negociações.
Apesar de recente, as Cadecs estão transformando o
relacionamento entre as partes em algo mais transparente e justo, em prol da
construção de uma convivência saudável, minimizando os conflitos. Afinal, todos
os elos precisam ganhar, leia-se saber negociar, para a sobrevivência das cadeias.
Mas alcançar esse estágio exigiu trabalho árduo. A Lei da
Integração permaneceu parada durante anos em Brasília, até que a FAEP passou a
pressionar os parlamentares para apressar sua tramitação. Técnicos da casa
participaram de inúmeras reuniões na capital federal, contribuindo para a
construção do texto da lei.
Lei sancionada, início de uma nova etapa de trabalho. Desde
o início do ano, a FAEP tem se feito presente em todas as regiões do Estado,
com assessorias técnica e jurídica, para a formação das Cadecs. Até o momento, nove
das 33 unidades industriais de frango contam com comissões implantadas,
resultado direto do trabalho da entidade e dos produtores. Nossa meta é fechar
o ano com 14 Cadecs funcionando. Na suinocultura, a fase é de sensibilização
das 11 indústrias sobre a importância dos Cadecs.
Recentemente, de forma paralela, iniciamos outro ciclo para
o fortalecimento das Cadecs. A FAEP criou o Núcleo de Cadecs do Paraná, que
reúne os coordenadores das comissões já existentes para a troca constante de
informações. Desta forma, todos poderão acompanhar o que se passa nas diversas
regiões do Paraná. Certamente, o setor produtivo ganha ainda mais força no
processo de negociação com as indústrias com os interesses unificados. O Núcleo
ainda tem o papel de mobilizar e fomentar avicultores e suinocultores para a criação
de comissões nas regiões que ainda não contempladas.
Além das assessorias técnica e jurídica, a programação do Núcleo prevê, via SENAR-PR, a capacitação dos integrantes das Cadecs. Sabemos que do outro lado da mesa de negociação, os representantes das indústrias estão preparados. E é isso que vamos fazer com nossos representantes, com cursos envolvendo liderança, técnicas de negociação, noções jurídicas e conceitos de custo de produção.
Apesar de ainda recente, o ineditismo do Núcleo de Cadecs do
Paraná tem chamada a atenção Brasil afora. As Federações de Santa Catarina e
São Paulo já demonstraram interesse em conhecer detalhes do projeto. Tenho
convicção de que outros Estados também irão utilizar a nossa ideia.
Esse trabalho todo tem um único propósito: a defesa dos
interesses dos nossos produtores. Vamos, quanto for necessário, subsidiar
nossos avicultores e suinocultores para que, de forma coletiva, tenhamos mais e
mais força diante das indústrias. Afinal, temos que encontrar uma forma
equilibrada de todos os elos das cadeias sobreviverem, permitindo que o Paraná
continue forte na agropecuária.
Ágide Meneghette é Presidente do SISTEMA FAEP