Cotidiano
Mãe de Lidiane revela detalhes da noite do assassinato
Em depoimento, Rosa Aparecida Oliveira revelou que Jhonatan Campos permaneceu escondido na casa quando a Polícia Militar foi acionada
Gabriel Sartini | 21 de março de 2019 - 00:45
Em depoimento, Rosa
Aparecida Oliveira revelou que Jhonatan Campos permaneceu escondido na casa quando
a Polícia Militar foi acionada
Um dia depois de receber alta do hospital, Rosa Aparecida
Oliveira compareceu à sede da 13ª Subdivisão Policial (SDP) para prestar
depoimento e revelou mais detalhes da madrugada de 10 de março, quando ela
ficou entre a vida e a morte e sua filha, Lidiane Oliveira, foi morta a
facadas. O suspeito do crime, Jhonatan Campos, foi preso no dia 14 de março,
após se apresentar à Polícia Civil, e confessou o crime.
Ainda abalada pelo crime, Rosa não conseguiu falar com a
imprensa e disse apenas que espera que a Justiça seja feita. Já o advogado
Ângelo Pilatti Junior, que atua como assistente de acusação do Ministério
Público, concedeu entrevista coletiva onde assegura que, segundo Rosa, Jhonatan
permaneceu dentro da residência mesmo quando a Polícia Militar foi acionada por
conta da ameaça, cerca de 30 minutos antes do feminicídio.
De acordo com o advogado, o suspeito disse que “hoje vai
morrer muita gente aqui” e se escondeu atrás de um armário. “Ele ameaçou as
duas e fugiu quando a polícia foi chamada, mas deu a volta na casa e ficou
escondido até eles irem embora”, relata. Depois, Lidiane foi tomar banho e a
mãe foi até a cozinha, mas foi surpreendida pelo suspeito. Ela tentou se
defender, foi esfaqueada e começou a gritar. “A filha saiu sem roupa do
banheiro, o Jhonatan avançou contra ela e deu algumas facadas”, complementa
Pilatti.
Além disso, durante o depoimento, Rosa desmentiu o principal
argumento do suspeito no dia de sua prisão, quando disse que Lidiane seria garota
de programa e esse teria sido o gatilho para o crime. “A filha estudava Direito
à noite, fazia curso de maquiagem durante o dia e sempre que ele [o suspeito]
estava na cidade, era sempre ele que levava ela”, argumenta. “Então, essa
acusação de que ela fazia programa e usava drogas é história de assassino que
não tem argumentos”, finaliza o advogado.
‘Versão dele não tem respaldo’, diz delegado
Responsável pela investigação do caso, o delegado Jairo Luiz
Duarte de Camargo revelou que o depoimento de Rosa foi importante para “demonstrar
que a versão do investigado não encontra respaldo na declaração da vítima”.
Conforme Camargo, Jhonatan disse que houve uma briga entre os três e que ele
nem teria percebido que golpeou a sogra. “Portanto, para a polícia, a versão
apresentada pelo Jhonatan não encontra nenhum tipo de fundamento”, garante o
delegado, acrescentando também que não há evidências de que Lidiane teria
corrido atrás dele com uma faca, conforme foi apontado pelo suspeito em seu
depoimento.