Cotidiano
Descuido com animais pode gerar doenças
Donos devem estar sempre atentos à saúde dos seus amigos domésticos
Da Redação | 09 de setembro de 2017 - 00:26
A maioria da população gosta ou tem um animal de estimação. Dados de uma pesquisa realizada em 2013 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o Brasil é o 4° país em número de animais de estimação, com 132 milhões pets. Companheiros, principalmente das crianças que neles encontram amor, carinho e atenção, esse convívio intenso esconde perigos gerando uma preocupação sobre a saúde dos animais e as doenças associadas a eles.
Os animais que parecem inofensivos podem causar doenças. Por essa razão os donos devem estar sempre atentos à saúde dos seus amigos domésticos. Em Ponta Grossa a entidade que cuida dos animais é o Centro de Controle de Zoonoses, que atende a demanda de todo o município e junto com o Centro de Epidemiologia controla a taxa de transmissão de doenças do animal para o homem ou vice-versa. Segundo Leandro Inglês, médico veterinário da Zoonose, a toxoplasmose, conhecida como “doença do gato” é a mais comum transmitida do animal para o homem. Inglês destaca que em humanos, apesar de ser conhecida e associada ao gato, essa transmissão ocorre mais por se alimentar com carne contaminada crua ou mal cozida.
A técnica em enfermagem, Ramile de Souza, convive com a toxoplasmose ocular. No caso dela, a transmissão ocorreu quando estava no útero da mãe, que se infectou durante a gravidez por causa de um gato. A doença foi passada para o feto pela corrente sanguínea. “Descobri quando eu tinha nove anos e estava com dificuldade para enxergar na escola. Era para ser uma consulta de rotina e sai de lá sabendo que tinha apenas 20% da vista do olho esquerdo”, relata Ramile. Essa variação da toxoplasmose não tem cura, sendo assim quem dela é acometido tem que aprender a conviver com a doença.
O ambiente de convívio dos animais é um dos fatores que desencadeiam a proliferação dos parasitas. Animais que vivem nas ruas, quando não cuidados, acabam se tornando colaboradores para a disseminação de doenças. Um perigo segundo Leandro Inglês é a alta taxa de mordeduras de cães na cidade e o perigo da raiva.
No Centro de Controle de Zoonoses, segundo o veterinário, os cães que os proprietários não buscam no canil municipal são assistidos e vacinados. “Esses animais voltam às ruas, pois, é o que rege nossa lei municipal 9019/2017”. Segundo o Centro de Zoonoses, são aproximadamente 55 mil animais em Ponta Grossa.
Pequenos gestos de amor podem fazer toda a diferença
No contraponto do abandono, a ex-funcionária pública, hoje aposentada, Leila Aparecida Matras resgata e cuida cachorros com muito carinho dentro da sua residência. Ela se recorda de como um dos cachorros chegou na casa dela. "Ela urinou em mim quando a peguei no colo, ela estava com muito medo, pois estava machucada e muito quieta. Os animais não sabem pedir ajuda, não sabem se defender, por isso decidi cuidar destes cães", afirma.
* Ana Carolina de Lima, Emerson Luiz e Danilo Wiedermann