Cotidiano
Jovem expele gaze três meses após parto normal em PG
Jovem expele gaze três meses após parto normal em PG
Daniel Petroski | 09 de setembro de 2017 - 01:14
O que era para
ser o momento mais sublime da vida de um casal se transformou em dor de cabeça
e preocupação para dois moradores de Ponta Grossa. Quase três meses depois de
dar à luz ao primeiro filho, uma mulher acusa a equipe médica de um hospital da
cidade de esquecer uma gaze de 30 centímetros dentro dela. O desabafo foi feito
nas redes sociais e a mulher, que pediu para não ser identificada, relatou o
drama à equipe do portal aRede e do Jornal da Manhã.
“Eu estava no
banheiro e quando tossi senti alguma coisa saindo pelo órgão genital”, relembra
a jovem, que fez o parto normal no dia 13 de junho e se deparou com essa
situação nesta semana. “Antes de tirar [a gaze] eu chamei minha mãe, chamei meu
marido […] Eu estava com muito medo, minha mãe falou para eu puxar e eu fiquei
mais assustada ainda por ver que era uma gaze que eles tinham esquecido dentro
de mim”, relata.
Depois de
encontrar o material, a jovem chegou a procurar o hospital onde fez o parto
para pedir explicações. “No início, a todo momento tentavam insinuar que era
mentira minha. Quando elas viram que tinha sangue e mau cheiro [na gaze], elas
tentaram mudar a versão e colocar a culpa em mim por não ter ido na consulta
pós-parto”, comenta a mulher, que ainda argumenta que “mesmo eu indo, eles
ainda teriam esquecido o material em mim, isso não justifica nada, eles terem
esquecido o material dentro de uma paciente”. Ela já procurou um médico e está
apenas com uma infecção bacteriana. “A médica disse que eu tive muita sorte”,
comenta.
A paciente conta
que já procurou uma advogada e pretende entrar com uma ação por danos morais e
pedido de indenização contra o hospital. “O marido dela [advogada] é médico e
vai pegar a gaze para coletar o material e comprovar que não é mentira minha”,
completa a mulher.
Nota do Hospital
Universitário Regional dos Campos Gerais (HU)
“Sobre o caso da
paciente que supostamente teria expelido um tampão de gaze pela vagina, três
meses após o parto no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG), a direção técnica da
Maternidade do HU informa que:
- A referida
paciente deu entrada no HU em 13 de junho de 2017; deu à luz no dia 14 de
junho; e recebeu alta em 15 de junho.
- Parto foi
normal, sem qualquer tipo de intercorrência que exigisse a utilização de gazes
ou outros procedimentos e materiais.
- Ao longo
desses três meses, em momento algum já paciente procurou o hospital.
- A paciente
compareceu ao HU nesta quarta-feira (6/9), procurando a assistência social; a
equipe médica foi comunicada da sua presença e realizou uma série de exames
para avaliar o seu estado clínico.
- Os resultados
dos exames realizados apontam para um estado clínico absolutamente normal, sem
qualquer processo de infecção, o que seria normal no caso de uma pessoa que
permaneceu, por três meses, com um objeto estranho no corpo.
- A gaze
supostamente expelida não apresenta coloração de material que estivesse por
três meses dentro do corpo de uma pessoa.
- Nesse período
a paciente poderia ter notado algo de anormal com seu corpo, por uma série de
sinais, tais como a menstruação, dores, cólicas e febre.
- Todas os
pacientes do HU, incluindo as puérperas, recebem orientações que, diante de
qualquer alteração no seu estado de saúde, retornem ao hospital ou procurem a
unidade de saúde mais próxima.
- A equipe do HU
está dando toda a assistência à paciente desde o momento em que ela procurou o
hospital”.