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‘Oh Lucy!’ usa dor e alegria para falar de solidão e superações

‘Oh Lucy!’ usa dor e alegria para falar de solidão e superações

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É uma Tóquio fria e nada acolhedora que o filme ‘Oh Lucy!’ mostra logo de cara. Pessoas com máscaras cirúrgicas em público e um suicídio no metrô após segundos de exibição compõem uma atmosfera típica de grandes metrópoles que transformam seus habitantes em seres sozinhos em meio à multidão. É nessa ambientação que está mergulhada a protagonista, Setsuko (Shinobu Terajima). Uma atmosfera que é ampliada quando vemos o escritório também cinzento e com ares de burocracia e tédio no qual Setsuko trabalha.

A caracterização de uma vida sublinhada pelo caos, mais especificamente pela solidão extrema, é consolidada quando o espectador é convidado a ingressar no apartamento da protagonista. Ela é uma acumuladora. Ou, no mínimo, uma pessoa marcada pela extrema desorganização. Quem bate à sua porta é quase que forçado a permanecer ali, tamanha a quantidade de objetos, de papeis e tantas outras coisas mais a ocupar todos os espaços. Fica difícil entrar. Como bem se diz: o exterior é o reflexo do interior.

O roteiro é rápido em mostrar a guinada. Setsuko é convencida pela sobrinha a fazer uma aula grátis de inglês. Eis então que entra em cena John (Josh Hartnett), um professor nada convencional que se mostra capaz de provocar um terremoto na vida de Setsuko graças ao seu método orientado pelo lúdico.

Solitária e melancólica, Setsuko não demora a demonstrar imenso carinho por John. E mais uma guinada acontece quando o roteiro expõe que o professor vindo dos Estados Unidos pediu demissão e voltou para sua terra natal. Toda essa narração até aqui representa apenas alguns minutos de exibição e, desse ponto em diante, convém não contar mais.

O que se pode mencionar é que ‘Oh Lucy!’ tem sabor agridoce, típico de produções que não poupam seus personagens (e os espectadores, por extensão) da decepção e da surpresa. O roteiro é pontilhado de oscilações típicas da vida, que ora apresenta-se maravilhosa, promissora e revigorante, ora angustiante, sem perspectiva e deprimente.

Para paladares acostumados ao convencional, esta comédia dramática dirigida por Atsuko Hirayanagi pode facilmente mostrar-se indigesta. Para os abertos a produções mais alternativas, ‘Oh Lucy!’ revela-se uma pequena iguaria a ser degustada sem pressa.

*Texto de Tiago Luiz Bubniak

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