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Confidências (quase) reais em Victoria e Abdul

Confidências (quase) reais em Victoria e Abdul

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Um pequeno detalhe inserido pelo diretor Stephen Frears nos segundos iniciais de ‘Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha’ chama a atenção. A indicação de que se trata de uma trama baseada em fatos reais vem acompanhada de uma observação não habitual, mas bem honesta: “a maioria”. Afinal, qualquer filme inspirado na realidade é isso mesmo: inspirado, baseado. Não se trata de cópia fiel do real.

Injetando ou não muita ficção naquilo que conta, o roteiro de Lee Hall (elaborado a partir de livro da jornalista indiana Shrabani Basu) destaca-se por pintar um quadro bem humano da rainha Victoria. E o faz com base na relação dela com um de seus criados, o indiano Abdul Karim, aqui interpretado por Ali Fazal.

Abdul foi um dos escolhidos para representar a Índia na homenagem prestada pela colônia à rainha nas comemorações de seus 50 anos de reinado. A monarca pouco ligou para o protocolo, mas uma troca de olhares com o representante do “subcontinente” (como a Índia era pejorativamente chamada pelos ingleses) bastou para iniciar uma profunda amizade.

Judi Dench assume novamente o papel da rainha Victoria, algo que já tinha feito em ‘Sua Majestade, Mrs. Brown’, filme de 1997 no qual é narrada a história da relação da monarca com outro criado, o escocês John Brown. O destaque de ‘Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha’ é a demonstração do quanto uma pessoa dotada de tanto poder está sujeita ao tédio e, sobretudo, à solidão. A monarca vive cercada de pessoas, mas, em sua imensa maioria, são bajuladores, interesseiros, seres incapazes de estabelecer uma relação sincera.

Quando está sozinha com um serviçal vindo do “subcontinente” é que a rainha sente-se à vontade, esquecendo-se, por alguns instantes, de que vive nas amarras do poder. Nesse contexto, o filme corrompe a imagem tradicional de que reinar é sinônimo da imersão em um paraíso. A crítica ao colonialismo, mesmo que bem discreta, cabe a Mohammed (Adeel Akhtar).  Com direção e roteiro sóbrios, diálogos precisos e o típico humor contido dos britânicos, o filme é mais uma bela parceria entre Stephen Frears e Judi Dench, a exemplo do que se viu em ‘Philomena’ (2013). 

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