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Um filme de palhaço que mistura risos, decadência e alfinetadas

Um filme de palhaço que mistura risos, decadência e alfinetadas

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‘Bingo: O Rei das Manhãs’ é um caleidoscópio, um caldeirão de talentos e referências, seja por misturar realidade e ficção sem pudor (e o resultado disso é maravilhoso), homenagear e alfinetar a cultura pop ou reunir pessoas com respeitável filmografia. A direção é de Daniel Rezende, montador de ‘Cidade de Deus’ e ‘Tropa de Elite’.

O roteiro é de Luiz Bolognesi, responsável por roteirizar obras como ‘Uma História de Amor e Fúria’ e ‘Bicho de Sete Cabeças’. A direção de arte, cuidadosa em reconstruir a atmosfera divertida e colorida dos anos 1980, coube a Cassio Amarante, de ‘Abril Despedaçado’. Um time desse nível tinha tudo para fazer um filme de destaque. E fez.

Nos anos 80, o palhaço Bozo foi um sucesso no SBT e um de seus intérpretes foi Arlindo Barreto. É a história dele que ‘Bingo: O Rei das Manhãs’ conta. Por contrato, o público jamais poderia saber quem interpretava o personagem. O excesso de trabalho aliado à constante sensação de anonimato e ausência de reconhecimento levaram Barreto a uma espiral decadente de álcool e cocaína. Hoje, ele é pastor evangélico.

A obra é muito bem amarrada e Vladimir Brichta está ótimo na caracterização do protagonista. Um filme tão bem produzido só tem dois momentos que, contraditoriamente, são fantásticos e, ao mesmo tempo, frustrantes porque tinham tudo para ser ainda melhores. O nariz sangrando diante das câmeras e a ligação telefônica do filho ao vivo reclamando da ausência do pai servem de base para cenas de intenso apelo artístico. Mas ambas são comprometidas pelo melodrama por usarem câmera lenta e música tensa que sobe.

Isso, no entanto, não é capaz de ofuscar o brilho dessa produção que, a seu modo, lembra tanto ‘Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)’ quanto o francês ‘Chocolate’. ‘Birdman’ narra a trajetória de um ator de Hollywood que, famoso por viver um super-herói no cinema, quer provar ser capaz de bem mais. A trama retrata consequências de egos inflados, o lado não tão legal da fama e os bastidores da indústria de entretenimento. ‘Chocolate’, por sua vez, conta a história triste do ex-escravo cubano que se tornou o primeiro palhaço negro da França.

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