PUBLICIDADE

‘Paterson’ celebra a poesia e a simplicidade do cotidiano

Paterson (Adam Driver) é um motorista de ônibus que, atento à realidade trivial que o cerca, vê poesia nas pequenas coisas do dia a dia e a materializa em versos escritos em um caderno

Imagem ilustrativa da imagem ‘Paterson’ celebra a poesia e a simplicidade do cotidiano
-

Paterson (Adam Driver) é um motorista de ônibus que, atento à realidade trivial que o cerca, vê poesia nas pequenas coisas do dia a dia e a materializa em versos escritos em um caderno. Laura (Golshifteh Farahani) é uma dona de casa interessada em decoração, em ganhar a vida com cupcakes ou como cantora country. É da relação desse casal que Jim Jarmusch constrói, como diretor e roteirista, ‘Paterson’, filme que tem tanto o nome do protagonista quanto da cidade onde a história transcorre.

A câmera e o roteiro de Jarmusch (esse cineasta do minimalismo e dos silêncios, que já brindou o cinema, dentre tantas obras, com ‘Flores Partidas’ e ‘Amantes Eternos’) potencializam o comum, o assustadoramente comum que forma a rotina dos personagens. Do acordar praticamente na mesma hora sem auxílio do despertador ao passeio noturno com o cachorro de estimação, passando pelo conserto da caixa de correspondências (que, todo santo dia, aparece torta), a rotina do onipresente Paterson é profundamente demarcada no decorrer da película. Essa demarcação é reforçada ainda mais pelo fato de os dias da semana serem escritos na tela, um atrás do outro.

Os poemas do protagonista também surgem grafados enquanto são lidos pelo autor, um recurso que valoriza os versos, dignos de atenção. O resultado de todos os recursos narrativos elaborados e combinados pelo diretor/roteirista é uma celebração sutil da singeleza do fluir da vida que, reconheçamos, na maior parte do tempo não é marcada por grandes fenômenos inesquecíveis, mas vai se configurando constantemente pela junção de pequenas coisas.

A certa altura, este trabalho de Jarmusch exibe a linda cena de um caderno em branco em frente a uma queda d’água. O impacto do lirismo embebendo a alma do espectador tende a ser grande, frente à grande metáfora do recomeço.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE CINEMA

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE