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Supersafra expõe deficit no armazenamento de grãos

Produção total na região ultrapassará os 3,5 milhões de toneladas, maior valor da história

Produção total na região ultrapassará os 3,5 milhões de toneladas, maior valor da história
Produção total na região ultrapassará os 3,5 milhões de toneladas, maior valor da história -

A safra de verão está quase toda colhida na região dos Campos Gerais. Com a soja toda retirada no campo, assim como as primeiras safras do feijão e do milho, mais de 3 milhões de toneladas de grãos foram produzidos nos 18 municípios da região dos Campos Gerais abrangidos pelo núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral) em Ponta Grossa. Com recorde histórico de produtividade na soja e do milho, a produção total na região ultrapassará os 3,5 milhões de toneladas, maior valor da história, quando a conclusão da segunda safra de milho e feijão. Como a alta produtividade também ocorre em todo o estado e no país, evidencia um gargalo no setor agrícola: o deficitário sistema de armazenamento dos grãos.

A estimativa para esta safra 2016/2017 no Paraná, somando a safra de inverno, é de 42 milhões de toneladas. A capacidade estática de armazenamento do Estado, cadastradas, segundo a Companhia Nacional de Armazenamento (Conab), é de 29,6 milhões de toneladas. Déficit de superior a 12 milhões de toneladas que é potencializado quando levado em conta o estudo da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), que diz ser ideal a disponibilidade de armazenamento para o equivalente a 120% da população. O armazenamento ocorre quando as cotações dos grãos estão baixas, e os produtores esperam o melhor momento para vender e obter melhor retorno.

Na região dos Campos Gerais a situação não é tão grave, como explica Gustavo Ribas Netto, presidente do núcleo Sindical Rural dos Campos Gerais e do Sindicato Rural de Ponta Grossa. Porém, ele ainda considera um pouco deficitária. “Nós chegamos a ter, nos Campos Gerais, o tempo de descarga de caminhão de até 24 horas, e isso é um indicativo que a capacidade estática de armazenagem não está de acordo com o volume que entra e consegue processar a tempo. É um déficit, em que acaba vendendo determinado produto e não tem onde armazenar, gerando problemas nas propriedades, por levar para terceiros armazenar”, informa.

Ele diz que a região tem situação um pouco melhor que a média estadual, mas atribui a alguns fatores a falta de investimentos, por parte dos próprios produtores, em armazenagem. “Temos muitos problemas de licenciamento e a armazenagem nas propriedades não alavancou como deveria, em vias de regra, pela dificuldade ao acesso de crédito e investimento”, informa. Segundo ele, isso tiraria caminhões das estradas e diminuiria o tempo de descarga.

Cenário político minimiza problemas

De acordo com Gustavo Ribas Netto, o problema com a armazenagem deve ser amenizado, aos poucos, nos próximos dias. O motivo é a delação da JBS, que impactou diretamente na bolsa e na desvalorização do real frente ao Dólar. Com a moeda americana mais cara, o preço da soja sobe. “Com as questões políticas que apresentaram nesta quarta e quinta-feira, a soja deu um pulo no preço, em função do dólar, então deve alavancar as vendas. Quem esteve segurando ao máximo a venda pode se aproveitar dessa reação”, explica.

Investimentos em Ponta Grossa

Há o projeto do Governo do Estado do Paraná para a construção de um Centro Logístico Intermodal em Ponta Grossa. Ele faz parte de um pacote de investimentos em logística cujo financiamento está sendo negociado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que prevê um aporte de R$ 1,6 bilhão que contempla diversos setores. O projeto em Ponta Grossa seria voltado pensando no armazenamento de grãos.

Para este ano, o Governo Federal fez um investimento na unidade da Conab em Ponta Grossa para voltar a receber soja e milho para armazenamento. Foram R$ 390 mil investidos para a implantação do novo sistema de termometria, equipamento que faz a medição periódica da temperatura da massa de grãos. Sem esse sistema, os silos estavam sem receber esses grãos há alguns anos. Com o sistema, a Unidade de Ponta Grossa passou a operar com aproveitamento da sua capacidade total, que é de 420 mil toneladas.

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