Política
Legislativo aprova anistia de IPTU para famílias carentes em PG
Projeto é de autoria do vereador Jorge da Farmácia (PDT) e foi aprovado em primeira discussão
Afonso Verner | 22 de agosto de 2017 - 06:05
Os vereadores de Ponta Grossa aprovaram, em primeira
discussão, nesta segunda-feira (21) o projeto de lei 153/2017 de autoria de
Jorge da Farmácia (PDT). A proposta prevê que os munícipes que tenham o direito
à isenção ao Imposto Predial e Territorial (IPTU) e não tenham requerido tal
benefício em tempo hábil possam ser anistiados da dívida. A proposta foi
aprovada por unanimidade pelos vereadores e contou com o aval de todos os
parlamentares.
Na tribuna da Casa de Leis, Jorge da Farmácia (PDT) pediu o
apoio dos pares e ressaltou que a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG)
deveria “investir na divulgação” sobre a isenção. A lei que rege a isenção dos
tributos prevê que munícipes com rendimentos de até dois salários mínimos
mensais estejam isentos dos IPTU, assim como donos de imóveis até 70m² e
imóveis com até 140m² que pertençam a “contribuinte com deficiência mental ou
invalidez permanente, comprovada por órgão previdenciário ou por laudo médico
do Município, ou com mais de 65 (sessenta e cinco) anos de idade”.
Uma proposta idêntica já havia sido aprovada pelo Legislativo
Municipal – o projeto de lei (PL) 31/2017 ganhou o aval da Casa de Leis, mas
acabou vetado pelo Poder Executivo. Na oportunidade, o chefe do Executivo,
prefeito Marcelo Rangel (PPS), chegou a enviar uma mensagem junto do veto
ressaltando a impossibilidade legal do município em conceder novas isenções de
impostos.
No entanto, na visão dos vereadores a cobrança do IPTU das
pessoas que teriam direito à isenção e a inscrição desses munícipes na dívida
ativa não é positiva. “Muitas vezes a dívida cobrada tem um valor irrisório e o
valor do processo judicial e dos outros trâmites é mais alto do que o próprio
valor em tese devido”, afirmou o vereador João Florenal (Podemos). O projeto de
lei será novamente discutido na sessão da próxima quarta-feira (22).
A proposta de Jorge da Farmácia prevê também que a isenção
se estenda aos inscritos em dívida ativa e na execução fiscal. Na justificativa
do projeto, Jorge ressaltou que a iniciativa quer apenas beneficiar os munícipes
que tem direito à isenção mas por desconhecimento acabaram perdendo o prazo legal
para realizar o pedido.
Deputado cobrou
autoridades
A questão já era discutida pelo deputado estadual Péricles
de Mello (PT). O parlamentar já vinha buscando soluções para a cobrança que
considera “ilegal”, com o auxílio da Defensoria Pública. “Discutimos quais são
as alternativas para que as cobranças sejam anuladas. As comunidades estão
unidas em torno de seus direitos garantidos pela lei que as isenta do pagamento
desse tributo”, afirmou o deputado estadual.
Rangel já vetou
medida semelhante
Uma proposta praticamente idêntica já foi vetada pelo
prefeito Marcelo Rangel (PPS) em 2017. No veto, o prefeito citou a questão do
limite prudencial e da impossibilidade do município em “renunciar receitas”, além
de ressaltar que a isenção do imposto só poderia ser concedida no ano de exercício
do tributo.