Política
Prefeitura estuda aumento do período de concessão do 'Paraguaizinho'
Proposta está em estudo no Executivo Municipal e prevê pagamento de aluguel por parte dos lojistas que atuam no local
Afonso Verner | 20 de julho de 2017 - 06:25
A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG) elabora um
projeto de lei (PL) que tem como objetivo solucionar o uso do espaço público do
Shopping Popular, conhecido como ‘Paraguaizinho’. A concessão do local vence em
2019 e uma prorrogação do prazo chegou a ser cogitada, mas saiu da discussão na
Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG). A proposta do Executivo prevê que os
lojistas que atuam no local paguem aluguel e tenham a permissão para atuar no local
por mais 10 anos.
A proposta que está em estudo no Executivo estabelece a
cobrança de um aluguel mensal, que começa partir de três Valores de Referência
(VRs) do Município no primeiro ano e chegará a seis VRs no quarto ano, com
elevação de um VR a cada ano. Como cada VR está em R$ 75,52, a locação começará
em R$ 226,56 e chegará a R$ 453,12. Os valores serão reajustados de acordo com
o aumento anual do VR e serão destinados em sua totalidade para a Secretaria de
Assistência Social, para serem aplicados com as famílias menos favorecidas do
Município.
Pelo contrato atual, os comerciantes não pagam aluguel para
o uso dos boxes e rateiam apenas outros custos mensais do local, com segurança,
água e energia elétrica, por exemplo. Na visão de Anderson Dilma, presidente da
Associação que reúne os comerciantes do Shopping, o projeto foi apresentado de
maneira preliminar aos comerciantes e, como está sendo discutido, traria
benefícios para os empresários e também para a cidade.
Anderson lembra que com a destinação das verbas para o setor
de Assistência Social, a permanência dos empreendedores no local geraria
emprego e renda e, ao mesmo tempo, também contribuiria com o financiamento de
questões sociais. “Caso a destinação seja para a área de assistência social,
estaremos de braços abertos para ajudar”, contou o presidente da Associação.
O secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação
Profissional, Paulo Carbonar, vem atuando junto aos comerciantes para tratar do
tema e garantiu que não será necessário abrir um novo processo licitatório. Carbonar
justifica se tratar de uma prorrogação de contrato, o que seria permitido por
lei se a iniciativa partir do Executivo. A expectativa é de que o projeto com
essa prorrogação seja encaminhado ao Legislativo dentro de 10 dias.
George aguarda
projeto para encontrar ‘meio termo’
Antes do envio do projeto, Paulo Carbonar quer dialogar com
o vereador George de Oliveira (PMN), autor de um projeto de lei que trata do
tema. Carbonar ressalta que os comerciantes concordam com a proposta da
prorrogação do contrato diante do pagamento de aluguel pelos boxes. Oliveira,
por sua vez, aguarda o envio do texto do Executivo para buscar um ‘meio termo’
nas intenções do Executivo e também dos empresários que atual no local – a iniciativa
de Oliveira havia sido retirada da pauta após polêmica.
Licitação do espaço
foi feita em 2009
A licitação que rege o contrato atual foi feita em 2009, na
gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB) e previa uma concessão de
cinco anos para os empresários. Porém, quando entrou em discussão na Câmara,
esse período acabou sendo estendido para 10 anos, através de uma emenda da
então vereadora Ana Maria de Holleben (PT). Em junho passado, um projeto de lei
do vereador George de Oliveira (PMN) cogita a prorrogação da concessão por mais
dez anos, chegando a 2029, sem processo licitatório e sem contrapartida por
parte dos comerciantes.