Política
Rudolf 'Polaco' irá recorrer de decisão da Justiça Eleitoral
Juiz Fábio Marcondes Leite decidiu pela cassação do vereador e suspensão dos direitos políticos por oito anos. Rudolf (PPS) reafirmou que irá recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
Afonso Verner | 29 de abril de 2017 - 06:10
Juiz Fábio Marcondes Leite decidiu pela cassação do vereador e
suspensão dos direitos políticos por oito anos. Rudolf (PPS) reafirmou que irá
recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
O vereador Rudolf Eric Chistensen, o Rudolf Polaco (PPS),
irá recorrer da decisão do juiz eleitoral, Fábio Marcondes Leite, que prevê a
cassação do mandato do parlamentar e a suspensão dos direitos políticos de
Rudolf por oito anos. A sentença do magistrado foi publicada na última
quarta-feira (26) e é resultado de uma denúncia apresentada pelo Ministério
Público Eleitoral (MPE) ainda em 2016. A defesa do parlamentar irá apresentar
um recurso ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
De acordo com a denúncia do MPE, Rudolf (PPS) teria utilizado
listas de contatos retiradas do telemarketing e obtidas junto à Agência do
Trabalhador e, na visão do MPE, “aproveitando-se da função de Diretor que ele
desempenhou de setembro de 2015 e junho de 2016”. As listagens teriam sido obtidas por Rudolf e
utilizadas, de maneira ilegal, durante a campanha eleitoral, configurando o
crime de abuso de poder político.
Na decisão, o magistrado Fábio Leite lembra que Rudolf teria
obtido e utilizado informações internas da Agência do Trabalhador e, na visão
do Magistrado, a prática representaria um “fator ilícito de desequilíbrio entre
os candidatos”. “A princípio, nenhum outro candidato, excluído o investigado
[Rudolf], teve a possibilidade de ter acesso à lista de contatos, bem como não
dispuseram da chance de efetuar ligações direcionadas”, afirmou o magistrado.
Na sentença, Fábio Marcondes Leite refuta a possibilidade de
Rudolf ter cometido o crime de telemarketing eleitoral, apenas sendo
reconhecido o crime de abuso do poder político. Na visão do juiz, é “certo [as
ligações] que atingiram, no mínimo, cerca de 1.400 (um mil e quatrocentas)
pessoas, conforme revelam os dados obtidos mediante quebra de sigilo telefônico”.
Com isso, o juiz acredita que está “evidente que a isonomia entre os candidatos
foi abalada, atingindo a normalidade e a legitimidade das eleições”.
Procurador pela reportagem, Rudolf afirmou que respeita a
decisão do magistrado, mas descorda da sentença. “Esclareço que jamais foram
praticados, por mim e pela minha equipe de campanha, os atos descritos na
decisão, muito pelo contrário, fiz minha campanha dentro do que prevê a
legislação eleitoral, respeitando acima de tudo os princípios da legalidade e
moralidade, de forma limpa e transparente”, garantiu Rudolf.
Rudolf deve continuar
atuando no Legislativo Municipal
O vereador Rudolf deverá continuar cumprindo o mandato no
Legislativo Municipal – o recurso da decisão tem efeito suspensivo e o
parlamentar continuará no cargo até uma nova decisão da Justiça. “Continuarei
honrando e cumprindo minha função como vereador, atendendo os cidadãos de Ponta
Grossa e exercendo meu dever de fiscalização, combatendo sempre a corrupção e a
ilegalidade. Estou tranquilo e convicto que a decisão será totalmente reformada
pelo Tribunal Regional Eleitoral”, garantiu o parlamentar.
Suplente do PSB
Rudolf foi eleito pela coligação dona da maior votação no
pleito de 2016. Formada pelo PPS, PSB, PSDB e PSD, a coligação conquistou ao
todo 36.292 votos na disputa por vagas no Legislativo Municipal. Com o vereador
Rogério Mioduski (PPS) já ocupando a vaga de Maurício Silva (PSB) que atualmente
é secretário de Governo de Marcelo Rangel (PPS), o suplente de Rudolf seria o
vereador Schirlo (PSB).