Dinheiro
Comércio fecha o 1º semestre com baixa de 3% nas vendas
Retração acumulada está acima da média estadual. Crise traz maior cautela aos consumidores, diz presidente do Sindilojas
Fernando Rogala | 16 de agosto de 2017 - 03:06
O comércio varejista até deu uma reagida no mês de maio,
trazendo otimismo aos empresários do setor. Porém as vendas em junho
registraram uma nova queda em Ponta Grossa, contribuindo para que o primeiro
semestre de 2017 fosse pior para o comércio, no faturamento, em relação ao ano
anterior. A Pesquisa Conjuntural do Comércio, realizada mensalmente pela
Federação do Comércio de Bens do Paraná (Fecomércio-PR), mostra que houve uma
retração de 3,4% no acumulado do primeiro semestre, se comparado com os seis
primeiros meses de 2016.
A pesquisa mostra que, dos 12 setores do comércio varejista
em Ponta Grossa, apenas quatro (um terço, apenas) ficaram positivas no primeiro
semestre. E entre as oito negativas, três registraram uma queda superior a 10%,
na comparação com 2016: livraria e papelaria (-10,8%), combustíveis (-12,9%) e
calçados (-24,18%). No outro extremo, entre as quatro que fecharam os seis
meses no azul estão os setores de autopeças (+0,43%), vestuário e tecidos
(+6,39%), lojas de departamentos (+12,88%) e materiais de construção (+18,28%).
Ponta Grossa, no entanto, não foi um caso isolado no Estado.
As vendas no Paraná também fecharam o primeiro semestre no vermelho, com uma
retração média de 2,6%. Entre as sete regiões avaliadas, Ponta Grossa ocupou
uma posição intermediária no semestre, com uma média de vendas pior que a
registrada na região Sudoeste (única a fechar positiva, com crescimento de 0,13%),
Londrina (-0,7%) e Curitiba e Região Metropolitana (-1,59%). Os piores resultados
foram registrados na região Oeste (-5,83%), Maringá (-7,36%) e Litoral (-8,2%).
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ponta
Grossa e Região, José Loureiro, destaca que não foram todos os setores que
caíram, mas alguns de maior peso que jogaram os números para baixo. E reconhece
a queda, mesmo com a liberação do FGTS das contas inativas. “A única explicação
é a insegurança política, que tira a estabilidade. As pessoas estão segurando
dinheiro, não estão investindo. Muitos pegaram o FGTS, também, e pagaram contas”,
diz, acreditando em uma reação no segundo semestre.
Vendas em PG caíram 2,5% em junho
As vendas no mês de junho, comparado com o mesmo mês em
2016, registraram uma redução de 2,56%. Entre os doze setores, houve uma
divisão: metade ficou positivo e metade negativo. As lojas de departamentos
tiveram o maior incremento nas vendas, com alta de 24,16%. Outros segmentos com
alta foram calçados (7,35%), óticas, cine foto e som (6,94%), livraria e
papelaria (4,89%), materiais de construção (3,3%) e supermercados (0,21%). Por
outro lado, registraram queda as concessionárias automotivas (-0,04%), vestuário
e tecidos (-0,75%), farmácias (-9,51%), autopeças (-12,04%), combustíveis
(-13,34%) e móveis, decorações e utilidades domésticas (-17,26%). O desempenho,
porém, foi superior à média estadual, que teve uma retração de 3,6% no sexto
mês do ano.