Dinheiro
Arrecadação federal tem quinta alta seguida na região
Crescimento real mensal, já descontada a inflação, é superior a 2% em relação a 2016
Fernando Rogala | 21 de junho de 2017 - 03:53
A região dos Campos Gerais obteve destaque, durante o mês de
maio, na arrecadação de tributos federais no cenário nacional. Enquanto no país
houve uma retração de 0,96% em relação ao mesmo período de 2016, nos 61 municípios
abrangidos pela delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa houve um
crescimento real de 3,4% (já descontada a inflação neste prazo). Em números, a
regional atingiu a marca de R$ 296,8 milhões em tributos fazendários e
previdenciários captados, montante que é, em termos nominais, 7,1% maior que os
R$ 277,1 milhões obtidos em maio do ano passado. Os valores foram divulgados
pela Receita Federal do Brasil nesta terça-feira (20).
Mesmo com o contraste entre a regional e os números
nacionais, o delegado da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa, Gustavo
Horn, destaca que não há motivos para a comemoração. Mesmo com o registro de
crescimentos reais na arrecadação, desde janeiro, superiores a 2%, isso não
quer dizer que a região não é afetada pelo cenário macroeconômico. “A
arrecadação nacional pega diversas partes do país e soma. E nessas diversas
partes há muitas particularidades. Dessa vez, estamos acima da média nacional,
mas não significa que estamos em uma ilha de prosperidade em relação ao Brasil”,
ressalta o delegado. Segundo ele, a justificativa é que os ramos principais de
atuação na região foram menos afetados que aqueles que compõem o ‘grosso’ da
arrecadação nacional.
Desta vez, como adianta Horn, o destaque na arrecadação veio
das contribuições previdenciárias, com uma alta nominal de 10,4% apenas no mês
de maio. Além da massa salarial da região, que foi mantida, um dos motivos da
alta, acredita o delegado, é uma alteração no recolhimentos de impostos no
agronegócio. “Houveram diversas liminares através das quais se beneficiaram
pessoas físicas e empresas. Mas o STF julgou que é constitucional essa
contribuição previdenciária e as pessoas voltaram a fazer recolhimentos. Nossa
região tem uma expressiva participação no setor primário, e isso fez a
diferença nesse mês”, explicou.
Entre os tributos, o único recolhimento que caiu foi o IPI.
Porém, isso está relacionado a benefícios fiscais, através dos quais as
empresas podem creditar alguns débitos. “A empresa faz o pagamento do IPI. Mas chega
um momento que pedem para compensar outros tributos, Já nesse mês tivemos baixa
em relação a 2016 pelas compensações, mas para junho, acreditamos que vamos
ficar com um valor mais baixo no IPI, já que tivemos pedidos de compensação em
grande monta”, completa Horn.
Arrecadação acumulada em 2017 supera R$ 1,6 bilhão
No acumulado do ano, o valor arrecadado junto aos 61
municípios da delegacia regional atingiu a marca de R$ 1,6 bilhão. Entre
janeiro de maio do ano passado, esse montante era de R$ 1,49 bilhão, ou seja,
um incremento nominal de 7,38%. Já no Brasil, o valor arrecadado chegou a R$
528,485 bilhões, apresentando um decréscimo real de 0,82%.
Mesmo apenas registrando resultados positivos, com altas
reais até o momento, o Delegado Gustavo Horn, mesmo acreditando em um resultado
melhor que em 2016, é cauteloso quando se fala em perspectivas até o final do
ano. “Os números são modestos. Nada que nos
deixem tranquilos para o restante do ano. Precisamos aguardar um pouco mais
para ver o que mais vai acontecer”, conclui.