Conselho Da Comunidade
Eleições: truques e manipulações
Administrador | 26 de julho de 2016 - 03:18
Por Marcos Lins Condolo
Mais
uma vez assistimos estarrecidos cenas dantescas da política nacional, que se
repetem à exaustão e já fazem parte do cotidiano. Vimos nessa semana o
marqueteiro do PT afirmar, em delação premiada, ter recebido milhões de dólares
provenientes de caixa dois da campanha presidencial da ex-presidente da
república. Pelas plagas princesinas, guardando as devidas proporções, outro
acontecimento pitoresco ganhou repercussão no mesmo período, envolvendo figura
já conhecida no Paço Municipal, aquela do “homem que não estava lá” (referência
ao atual secretário de assistência social e o absoluto desconhecimento da pasta
que chefia).
Mas, no mesmo contexto e
envolvendo o tema da semana, lembremos que no final de 2015, o impoluto
congresso nacional novamente apresentou à sociedade um arremedo de reforma
eleitoral, que manteve o velho e arcaico modelo político brasileiro, qual seja:
a possibilidade de doações financeiras oriundas de fontes duvidosas; o voto
obrigatório; o sistema de voto proporcional, que diminui a qualidade da
representação política; a manutenção do perverso foro privilegiado e a
excessiva pluralidade partidária.
Com a
aproximação da campanha eleitoral de 2016 e os maciços investimentos que serão empregados
para convencer o eleitorado, convém lembrar uma recente e oportuna publicação
nas redes sociais, mencionada pelo amigo Flávio Zanin, o qual fez alusão às
ideias do filósofo e ativista político francês S. Timsit, que prognosticou:
“quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o
que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda.”
Segundo o estudo em comento, existem estratégias concebidas cuidadosamente e direcionadas
à opinião pública, que criam um senso comum e levam a população a agir de determinado
modo, sofrendo verdadeira manipulação ideológica.
Dentre
as 10 estratégias mais comuns de manipulação em massa, destaca-se a mais
propícia para o atual momento, aquela intitulada “utilizar o aspecto emocional
muito mais do que a reflexão”. Neste sentido, durante a campanha eleitoral que
se aproxima, veremos candidatos utilizarem largamente de argumentos e apelos
emocionais, produzindo no eleitor desavisado diversos sentimentos correlatos,
ligados a ideais, desejos, medos e temores e, principalmente, a sugestão ao
voto inconsciente.
Evidentemente que o artifício em consideração transformará o perfil do candidato que, seguindo rigoroso script cinematográfico, auxiliado por abundantes recursos financeiros e estratégias de marketing, iludirá o eleitor suficientemente para confiar o voto àquele que mais investiu em sua falsa caricatura pessoal, criada episodicamente para ludibriar o cidadão.
Marcos Lins Condolo
Tema da Semana
Limitar gastos para eleições é um instrumento eficaz para
combater abusos de poder econômico?