Conselho Da Comunidade
Educação integral: uma necessidade
Administrador | 24 de maio de 2016 - 03:31
Por
Isonel Sandino Meneguzzo
Apesar de inúmeras propagandas apontarem para a melhoria da qualidade da educação no Brasil, no Paraná e, principalmente em Ponta Grossa, muita "maquiagem" ocorre nos números referentes aos indicadores educacionais (ver IDEB, por exemplo). Infelizmente esses indicadores não refletem a realidade das instituições de ensino (boa estrutura física, equipe de professores/pedagógica competente e alunos com boa formação escolar). Principalmente as públicas, carecem ainda de cuidados por parte não apenas de gestores públicos, mas da própria comunidade escolar.
Nesse
sentido, a ideia de tornar a educação pública em período integral e que promova
a melhoria da educação, não é nova em nosso país. Há anos ocorrem discussões e
propostas de implementação da educação integral na educação básica.
Em Ponta
Grossa, um projeto de lei de um vereador propõe deixar para a família (pais ou
responsáveis) escolher se a criança estudará em período integral ou meio
período. Apesar de causar polêmica entre professores e a sociedade em geral, a
proposta do vereador deve ser discutida com fôlego pela comunidade escolar,
haja vista que vários elementos permeiam esta decisão.
Sob um
ponto de vista a proposta de deixar a escolha aos responsáveis é interessante,
pois permite aqueles pais que acham pertinente, colocar seu (sua) filho (a) em
atividades esportivas, culturais, etc. no contra-turno escolar, e em
instituições privadas, por exemplo. Por outro lado, existem aqueles que podem
deixar seus filhos em período integral, sob a tutela do "estado" em
período integral e na mesma instituição.
Há que
se levar em conta os aspectos legais que também permeiam essa questão polêmica.
Certamente Constituição Federal e Lei de Diretrizes e Bases da Educação devem ser
levadas em conta. Outro fator importante refere-se à quais atividades serão
realizadas durante todo o dia, quem cuidará dos jovens, se as instituições de
ensino possuem estrutura física/material e corpo docente para comportar a
educação integral de QUALIDADE. Adicionalmente, deve-se também ter ciência dos
custos para a implementação no curto, médio e longo prazo.
Caso as
prerrogativas acima sejam suficientemente atendidas, certamente a educação
integral será de grande valia para toda a sociedade e irá contribuir para a
formação estudantil de nossos jovens.
No
momento, o importante é que ocorra uma ampla discussão, com consulta à
professores (as), pedagogas(os), diretores (as), especialistas em educação, pais
e responsáveis para que a decisão tomada procure atender aos anseios da
sociedade e, no fim, atendam de forma satisfatória os (as) educandos (as).
Caso a
educação se torne mesmo integral (obrigatória ou não), que seja de QUALIDADE e
que as escolas não sejam um simples "depósito" de crianças.
Isonel
Sandino Meneguzzo
É
licenciado e Doutor em Geografia - Professor do Departamento de Geociências -
UEPG)
Tema
da Semana:
Projeto quer flexibilizar ensino integral nas escolas de Ponta Grossa