Operário dá show no Barretão e faz 5 a 0 no Globo

Vitória fora de casa por 5 a 0 dá vantagem gigantesca ao time de Vila Oficinas para o jogo de volta; título está praticamente garantido

O Operário entrou em campo sabendo que tinha vários obstáculos no primeiro jogo da decisão da Série D: segurar o bom ataque do Globo e furar a defesa do time potiguar, que até a final, só tinha sofrido um gol dentro do estádio Manoel Barreto e venceu os sete jogos que disputou dentro de casa. Nem parecia. Em 90 minutos, o centenário Fantasma mostrou porque é favorito ao título da Série D e calou a cidade de Ceará-Mirim (RN), que estava em polvorosa com a rápida ascensão do Globo, que tem apenas cinco anos de existência.

Com a vitória por 5 a 0, o Alvinegro de Vila Oficinas dá um passo gigantesco rumo ao primeiro título nacional de sua história. O gol fora de casa é critério de desempate na Quarta Divisão, portanto, o Fantasma joga no Germano Krüger podendo perder por até quatro gols diferença que ainda assim erguerá a taça. A melhor defesa da Série D, com apenas sete gols sofridos, terminou mais um jogo sem ser vazada – a terceira partida seguida.

Como curiosidade, o técnico Itamar Schüle, que comandou o Operário no título do Campeonato Paranaense em 2015, compareceu ao Barretão neste domingo para assistir ao ex-clube e acompanhar o trabalho de Gerson Gusmão, treinador do Operário e auxiliar de Itamar na campanha do título. Confirmado como novo comandante do ABC (RN), o ex-treinador confessou a torcida pelo Fantasma e acredita que o time poderá fazer uma grande campanha na Série C.

O jogo

Invicto dentro de casa até o início da partida, o Globo começou a partida pressionando e cruzando bolas na área, mas sem criar boas chances de gol. Nos dez primeiros minutos, o time potiguar conseguiu manter a posse de bola e se posicionou no campo de ataque, mas parou na bem postada defesa do Operário. Depois dos 10 minutos, o jogo ficou mais morno, com o Globo administrando a posse de bola e o Fantasma segurando o ímpeto do adversário.

As melhores chegadas do Alvinegro ao ataque foram com bolas cruzadas na área. E foi justamente em um lance desses que a história começou a ser escrita. Aos 22 minutos, Robinho cobrou a falta do lado esquerdo, a bola passou por todo mundo e o meia Tiago Lima, do Globo, desviou para a própria meta: gol contra que abriu o placar para o Fantasma.

No lance seguinte, o Globo teve uma boa chance de empatar, mas a bola passou sobre o travessão. Mas quem comemorou foi o torcedor alvinegro. Aos 26 minutos, depois de uma bela troca de passes do lado direito, Jean Carlo ganhou na dividida e o goleiro Dasaev fez ótima defesa. A bola sobrou para Robinho, que foi derrubado dentro da área. Pênalti assinalado pelo árbitro e convertido por Lucas Batatinha, para delírio da torcida operariana no Barretão e no Germano Krüger, onde centenas de pessoas acompanharam o jogo histórico.

Precisando reverter o resultado, o Globo foi pra cima e teve duas boas oportunidades. Na primeira delas, o volante Chicão fez falta e recebeu o cartão amarelo – ele está fora da decisão na próxima semana. Renatinho Carioca foi para a cobrança e parou no goleiro Simão. No lance seguinte, Reinaldo teve a chance de descontar, mas o guardião da meta do Fantasma fez mais uma boa defesa. No rebote, Glaucio desperdiçou na cara do gol.

Com a vantagem no placar, bastou ao Operário controlar os ânimos do jogo e manter a posse de bola para fazer o tempo passar, enquanto os anfitriões tentavam encontrar espaço na bem postada defesa alvinegra.

Em desvantagem, o Globo voltou do intervalo determinado a pressionar e buscar pelo menos diminuir a vantagem do Operário. Foram pelo menos duas bolas cruzadas na área em menos de cinco minutos, mas sem perigo para o gol de Simão. Mas a melhor chance foi mesmo do Fantasma, com um belo chute de fora da área de Robinho defendido por Dasaev.

Três minutos depois, o goleiro do Globo teve que operar um milagre para impedir o terceiro dos ponta-grossenses: boa troca de passes na entrada da área e Batatinha sai na cara de Dasaev, que conseguiu desviar para escanteio. Mesmo com a excelente defesa do goleiro do time potiguar, o Operário seguiu pressionando e marcou o terceiro aos nove minutos da segunda etapa. Lucas Batatinha recebeu sozinho do lado direito da área e tocou para Quirino, sozinho, balançar as redes pela terceira vez.

Mesmo em vantagem, o Operário manteve o ritmo e apostou na velocidade do ataque. E foi num vacilo da defesa potiguar que saiu o quarto do Fantasma. Gravatá bobeou, Batatinha roubou a bola e invadiu a área. Ele encontrou Jean Carlo dentro da pequena área que, mesmo marcado, conseguiu empurrar para o fundo do gol.

O estádio já não estava lotado, mas o quarto gol foi a gota d’água para muitos torcedores do Globo, que foram embora antes dos 20 minutos do segundo tempo. Enquanto isso, o Germano Krüger era só alegria, como se o time estivesse jogando ali, diante de seu torcedor.

A partir daí, o Globo parece ter desistido da partida e passou a se concentrar mais em não sofrer mais gols do que, necessariamente, em diminuir a vantagem. O time potiguar até ameaçou em algumas jogadas pelas laterais, mas nada que colocasse em risco a meta defendida por Simão. Nervoso, o Globo não teve mais iniciativa e começou a errar muitos passes.

Quando o caixão parecia fechado, o Fantasma colocou mais um prego. Jogada bem construída do lado direito do ataque, a bola foi invertida e cruzada para Dione empurrar para fazer o quinto. Festa no Germano Krüger e comemoração marcada para Ponta Grossa para o próximo domingo (10), a partir das 19h.